A Mercedes continua a exercer o seu domínio na época 2014 de F1. Depois de na Qualificação ter novamente segurado a primeira linha, com Hamilton na pole position e Rosberg a alargar em segundo, a marca alemã queria conquistar já em Sochi o seu primeiro título mundial de construtores. Precisava apenas de não perder 18 pontos para a Red Bull, mas ao invés ganhou aos austríacos 33.

Com Hamilton e Rosberg nos dois primeiros lugares, a Mercedes conseguiu a 9ª dobradinha da temporada, e Hamilton igualou o lendário Nigel Mansell, como piloto inglês com mais vitórias na F1: 31.

A prova fica ainda marcada pela sentida homenagem a Jules Bianchi, antes da corrida. Os pilotos e a organização manifestaram o seu apoio ao hospitalizado piloto da Marussia, juntando-se na grelha de partida e fazendo alguns momentos de silêncio junto a uma mensagem escrita no asfalto: «Jules, estamos todos a apoiar-te.»

Hamilton domina do início ao fim, Rosberg corre de trás para a frente

Os dois Mercedes partiram bem. Hamilton saiu na frente mas na primeira curva Rosberg chegou-se à frente. O alemão calculou mal o espaço que tinha antes da apertada curva 2, e ao falhar o tempo da travagem destruiu o seus pneus e saiu largo na escapatória. Como resultado, foi obrigado a devolver a posição ao colega e a parar nas boxes no final da volta, para trocar de pneus. Hamilton teve vida fácil desde então, permitindo-se uma boa gestão de combustível e pneus, sem nunca sacrificar o tempo de segurança que rapidamente ergueu entre si e Bottas, que fez uma grande corrida pela Williams.

Nico Rosberg, que caiu para os últimos lugares após a paragem na primeira volta, refez-se do desaire e exibiu-se em grande nível, tendo sabido gerir os pneus e ganhando lugar atrás de lugar. Quando a maioria dos pilotos parou, sensivelmente a meio da corrida, Rosberg estava já entre os primeiros cinco classificados.

Continua muito acesa a luta pelo título, cada vez mais entregue a Hamilton e Rosberg. O inglês, com 291 pontos, tem uma vantagem de 17 sobre o colega alemão. E se é verdade que faltam apenas três corridas para o fecho do campeonato, é igualmente verdade que a derradeira prova, em Abu Dahbi, atribuirá pontos a dobrar.

McLaren em bom plano, com a Ferrari a desperdiçar

Jenson Button e Kevin Magnussen foram felizes na Rússia. Depois de se terem intrometido na disputa pela pole position, os McLaren estiveram em grande plano, e mantiveram-se nos cinco primeiros durante toda a prova.

A Ferrari não esteve mal, destacando-se um belo arranque de Alonso, que rapidamente ultrapassou um pelotão coeso, encabeçado por Vettel, em 6º, com quatro carros atrás de si, que se manteria em luta no primeiro terço da corrida. Räikkönen também partiu bem, mas não conseguiu manter-se na cauda de Alonso, que procurou, acabando por passar boa parte da corrida envolvido em lutas pelos últimos lugares do pontos. Excepção foi, com as paragens nas boxes, a curta luta com Rosberg pelo 6º lugar, que viria a perder. Alonso esteve durante muito tempo dentro dos cinco primeiro, chegando a reclamar como seu o 3º lugar durante várias voltas, mas uma paragem má conseguida pelos mecânicos da Ferrari estragou-lhe o que poderia ter sido um pódio no final da prova.

A Red Bull teve um fim-de-semana mortiço, com os seus pilotos perdidos no pelotão durante boa parte da corrida. Vettel chegou a rodar às portas dos cinco primeiros, mas pouco se mostrou. Ricciardo esteve em bom plano na fase final da prova, pressionando Alonso na luta pelo 6º lugar, mas o australiano acabou por não conseguir concretizar o ataque ao homem da Ferrari. Em todo o caso, um bom sinal do único homem, à excepção dos dois Mercedes) que ainda pode, matematicamente, chegar ao título.

Traçado de Sochi revelou-se muito suave

A primeira prova de F1 em solo russo decorreu tranquilamente ao longo de todo o fim-de-semana. Com bom tempo e uma pista que se revelou muito suave para os pneus -- Esteban Gutierrez conseguiu a proeza de parar apenas após 43 voltas, e Rosberg fez 51 com o seu segundo set de pneus --, o traçado de Sochi revelou-se palco de uma corrida sem incidentes. Há apenas a registar dois abandonos: o de Max Chilton (Marussia), mas aparentemente por decisão própria, face ao difícil momento vivido pela equipa, na sequência do trágico acidente de Jules Bianchi, e também o de Kamui Kobayashi, o japonês da Caterham que, com problemas de sobreaquecimento nos travões, teve de encaminhar o seu monolugar para a box.

Incidentes em pista merecedores de destaque há apenas o pião de Adrian Sutil, após toque com Grosejan na curva 2. O piloto francês da Lotus viria a ser penalizado pelo acidente do Sauber com um stop/go de 5 segundos.

Classificação final do GP da Rússia 2014

1 Hamilton Mercedes 1:31.507
2 Rosberg Mercedes +13,6s
3 Bottas Williams +17,4s
4 Button McLaren +30,2s
5 Magnussen McLaren +53,6s
6 Alonso Ferrari +60s
7 Ricciardo Red Bull +61,8s
8 Vettel Red Bull +66,1s
9 Räikkönen Ferrari +78,8s
10 Perez Force India +80s
11 Massa Williams +80,8s
12 Hulkenberg Force India +81,3s
13 Vergne Toro Rosso +97,2s
14 Kvyat Toro Rosso +1 volta
15 Gutierrez Sauber +1 volta
16 Sutil Sauber +1 volta
17 Grosjean Lotus +1 volta
18 Maldonado Lotus +1 volta
19 Ericsson Caterham +2 voltas
20 Kobayashi Caterham DNF
21 Chilton Marussia DNF

Classificação Mundial de Pilotos após GP da Rússia 2014 (top 10)

1 Hamilton Mercedes 291 pontos
2 Rosberg Mercedes 274
3 Ricciardo Red Bull 199
4 Bottas Williams 145
5 Vettel Red Bull 143
6 Alonso Ferrari 141
7 Button McLaren 94
8 Hulkenberg Force India 76
9 Massa Williams 71
10 Magnussen McLaren 49