Portugal sub-21 encheu o coração dos portugueses de esperança ao mesmo tempo que contrariou as predicções de maus ventos futuros sobre a fornada de jogadores que irão dar corpo à nova anatomia da selecção portuguesa nos anos vindouros. Se dúvidas existissem, a rapaziada da selecção portuguesa de sub-21, orientada pelo técnico Rui Jorge, fez questão de, ao longo dos dez jogos da Qualificação para o Euro 2015, provar que o seu potencial não deixa dúvidas: 10 jogos, 10 vitórias...chegará para impressionar?

Batalhas europeias espalharam perfume luso

Começou no dia 5 de Setembro de 2013 a caminhada invicta da selecção rumo ao Euro 2015. Com o antigo jogador Rui Jorge ao leme dos petizes lusos, Portugal arrancou da melhor forma: uma vitória expressiva, 5-1 diante da Noruega, com golos de Betinho, William Carvalho, Ivan Cavaleiro, Sérgio Oliveira e Ricardo Pereira. A 10 de Outubro, novo jogo e nova goleada: 3-0 diante de Israel, William voltou a marcar, Bruma fez também o gosto ao pé.

O terceiro jogo foi resolvido por Rafa Silva e Ivan Cavaleiro, 0-2 em terras azeris; em nova deslocação, agora a Israel, Portugal voltou a triunfar, desta feita por 3-4, com tentos assinados por Ivan Cavaleiro, Ricardo Pereira, Bernardo Silva e André Gomes. De regresso a território luso, a selecção das quinas bateu a Macedónia por 2-0, golos com assinatura de Bernardo Silva e Esgaio.

Portugal voltou a enfrentar a Macedónia: 0-1 marcou o placard final, golo solitário do central forasteiro Ilori. Na Noruega, as promessas portuguesas batalhar por uma vitória e trouxeram para Portugal um triunfo de 1-2, sustentado em golos de Ricardo Pereira e Carlos Mané; na recepção ao Azerbaijão, a 9 de Setembro de 2014, a selecção juntou mais 3 pontos à sua pontuação, 3-1 com golos marcados por Rafa Silva, Edgar Ié e Esgaio.

Finda a fase de apuramento, feita exclusivamente de vitórias, Portugal voltou a mostrar brio e talento de sobra: enfrentou, em dupla ronda, a selecção da Holanda, obtendo duas categóricas vitórias nesse play-off, num agregado de 7-4. Sérgio Oliveira e Mané marcaram os golos lusos em terras da laranja mecânica; em casa, os pupilos de Rui Jorge confirmaram o apuramento com um triunfo por 5-4, com tentos rubricados por Rúben Neves (2), Ricardo Pereira (2) e Bernardo Silva.

Valores que sobressaíram

O percurso valoroso da selecção portuguesa foi a tradução, no dialecto do futebol, da mensagem deixada, dentro de campo, pelo colectivo das quinas: podem contar connosco. Numa altura em que muitos discutem a falta de talento e qualidade das novas fornadas de jogadores portugueses, o conjunto de Rui Jorge respondeu em campo, dez vezes. Uns já subiram à condição de internacionais A (William, Bruma, André Gomes...) outros sonham com isso.

Talentos consolidados como Bernardo Silva (maestro magistral com a bola no pé), Ricardo Pereira (furtivo e veloz goleador), Carlos Mané (agitador imprevisível), Sérgio Oliveira (médio multifacetado), Rúben Neves (prodígio de apenas 17 anos), Raphael Guerreiro (lateral potente e incansável), Ivan Cavaleiro (extremo forte e versátil), Iuri Medeiros (avultada esperança) ou Esgaio (dono da lateral direita) são apenas alguns dos nomes que compõem o grupo de bravos que tem feito suspirar o futuro com as suas boas exibições. Afinal, temos ou não qualidade para sonhar com um futuro ainda mais risonho que o presente?