Na 3 eliminatória da Taça de Portugal (1ª disputada por ambos os "grandes"), o sorteio ditou que um dos principais favoritos à conquista da Taça ficasse desde já afastado, sofrendo um forte revés na planificação da época. Depois de um investimento avultado na construção de um plantel de luxo, os Dragões quererão impor a sua lei jogando em casa e levar de vencida um dos rivais da capital.
 
O Sporting de Marco Silva joga o terceiro clássico apenas 2 meses depois do início da época e, depois de ir ao estádio da Luz e receber o FC Porto para a liga, quererá conquistar a primeira vitória após dois empates. Todos os olhos estarão postos na cidade do Porto quando dois históricos rivais se encontrarão num jogo de tudo ou nada, em que o empate não é uma opção.

FC Porto - Pontos fortes

Excelente momento de Oliver e Brahimi
 
O momento de forma dos extremos do Porto tem sido um dos segredos para as vitórias do Porto de Lopetegui. Com um Brahimi endiabrado colado à faixa, muito forte no 1 contra 1 e no cruzamento mas também capaz de puxar para o meio, em busca de movimentos interiores e da a finalização e um Óliver mais vagabundo, a jogar entre linhas e a vir receber muito em terrenos interiores, forte no último passe e no drible curto. A juntar a um extraordinário (como já nos habituou) Jackson Martínez, o FC Porto é hoje uma equipa com um poder de fogo no ataque, com individualidades muito acima da média.

Profundidade de plantel

Os dragões contam com um plantel de tal forma bem apetrechado que Lopetegui pode dar-se ao luxo de descansar Jackson Martinez, Brahimi e Óliver e lançar Aboubakar, segundo melhor marcador da Ligue 1 na época transacta, Tello, presença regular na equipa do Barcelona, jogador habituado a grandes palcos e com muita qualidade e Ricardo Quaresma, símbolo azul e branco que tem sido pouco utilizado nesta nova época, entre outros nomes como Quintero, Adrián e Evandro. Em suma, os dragões contam com um plantel com muita qualidade e o técnico Basco tem no banco elementos de grande valia, capazes de dar algo mais ao jogo caso haja necessidade de mexer.

Pontos fracos

Dependência de Jackson

Se e verdade que o Porto conta com varias soluções ofensivas de qualidade, é verdade também que a preponderância de Jackson no jogo ofensivo dos dragões nao diminuiu. Aliás, Jackson é cada vez mais importante, fazendo golos em momentos chave. O jogo em Lviv ante os Ucrânianos do Shakhtar Donetsk vem confirmar a Jackson-dependencia que o Porto enfrenta, com o dianteiro colombiano a empatar o resultado desfavorável de 2-0 em apenas 15 minutos em campo, conseguindo finalizar por duas vezes num jogo em que, embora o Porto tenha dominado, a bola parecia não querer entrar.

Deficiências na primeira fase de construção e o "caso Marcano"

Pese embora Lopetegui conte com um meio campo com elementos de muita qualidade na posse de bola e capacidade de passe, o porto tem tido muitos problemas na primeira fase de construção, apresentado um meio campo partido, com dificuldade em construir e que força os extremos e os médios mais ofensivos a vir buscar jogo muito atrás, levando a erros em zonas proibidas que resultam em golos do adversário.

Com a estranha entrada do central espanhol Marcano no onze para a posição de pivot defensivo os problemas do meio campo do Porto aumentaram, com um elemento a menos na construção de jogo, o que obriga ainda mais os jogadores de ataque a vir receber atrás, em zonas onde, quando pressionados, põem em risco o equilíbrio da equipa se perderem a posse de bola.

Sporting - Pontos fortes

Efeito Nani na equipa e nos adversários

O regresso de Nani a Portugal para representar o “seu” Sporting vindo por empréstimo dos Ingleses do Manchester United foi a “bomba” deste defeso, aumentando exponencialmente o poder ofensivo dos leões. A qualidade de Nani é indubitável mas para além da sua qualidade enquanto futebolista também o seu estatuto pesa e gera um impacto positivo nos colegas e receio nos adversários, obrigando a uma marcação mais apertada ao extremo Português, libertando espaços para elementos como Carrillo e João Mário. O extremo Peruano é mesmo quem parece ter beneficiado mais com a chegada do astro Luso, atingindo um momento de forma como nunca o tinhamos visto fazer e confirmando todo o seu potencial.

Rotinas da época passada

Excepto Nani, Jonathan Silva e Paulo Oliveira/Naby Sarr nenhum dos potenciais titulares dos leões é novo no clube. Para além de João Mário que esteve meia época em Setúbal por empréstimo, todos os outros jogadores faziam parte do plantel verde e branco da época passada, o que significa que há mais rotinas entre os atletas, conhecimento das movimentações dos colegas e entendimento na ocupação de espaços. Estas rotinas leva a que haja melhor entendimento e entrosamento e que o jogo seja mais fluido, uma vantagem clara dos comandados de Marco Silva.

Pontos fracos

Dulpa de centrais em mau plano

Facto incontornável na análise à equipa leonina. A dulpa de centrais do Sporting tem estado muito abaixo do resto da equipa e sobretudo muito abaixo do que se pede a um candidato ao título. Primeiro em Maribor, depois com o Porto e ainda com o Chelsea a dupla verde e branca (sobretudo Sarr) tremeu e se frente ao gigante Inglês valeu Patricio (Mauricio também rubricou uma bela exibição no embate da Champions), nos outros embates o Sporting acabou mesmo por sofrer golos fruto de falhas dos centrais (Auto-golo de Sarr frente aos dragões e momento caricato de ambos os centrais em Maribor). Com a entrada de Paulo Oliveira no onze a defesa parece ter estabilizado, resta saber se o central Minhoto irá ter lugar no onze.

Equipa leonina ainda algo “verde” em jogos grandes

Os leões apresentam uma equipa muito jovem e ambiciosa, mas ainda pouco habituada às lides de jogos grandes com um ambiente escaldante como o que se vai viver amanhã pelas 17:00 no dragão. Se dum lado há jogadores experientes, com muitos jogos grandes “nas pernas”, na equipa verde e branca há muitos jogadores jovens que estão a jogar este ano os primeiros jogos desta dimensão e outros que apesar de já contarem com alguns jogos deste calibre não levam tanta experiência como Jackson, Tello, Maicon, Quaresma e companhia.