A equipa do Sul de Inglaterra continua em grande mesmo após o "assalto" dos tubarões Ingleses aos seus maiores valores. Depois de perder Luke Shaw, Dejan Lovren, Adam Lallana,Callum Chambers, Gaston Ramírez, Ricky Lambert e o treinador Mauricio Pochettino, os Saints mostram grande poder de encaixe, inteligência e qualidade na planificação desportiva, conseguindo superar as perdas e regenerando a equipa, apresentando novamente um plantel muito competitivo a lutar pelos 3 pontos em todas as partidas que disputa.

Southampton 8-0 Sunderland

O Southampton não se deixou levar pelos prémios de Setembro e Koeman e Graziano Pellé mostraram o porquê dos troféus atribuidos. Num jogo de sentido único os Saints atropelaram completamente o Sunderland, com Dusan Tadic endiabrado (Marcou 1 golo e deu 4 a marcar), Pellé mortífero e com fome de golos (depois de marcar pela Squadra Azzura bisou e já leva 6 golos em 8 jogos) mas sobretudo com a equipa como um todo num excelente momento de forma.

Logo aos 12 minutos Vergini num lance caricato abriu o marcador com um auto-golo. Os comandados de Ronald Koeman nunca tiraram o pé do acelerador e chegaram ao intervalo a ganhar por expressivos 3-0, com golos de Pellé e Cork, em lances que, não obstante a qualidade ofensiva do Southampton, colocaram a nú as fragilidades defensivas do Sunderland.

No regresso para o segundo tempo a toada do jogo manteve-se com os Saints sempre por cima, a controlarem o jogo com bola e dando a ideia de que sempre que quisessem e acelerassem um pouco o ritmo do jogo os golos acabariam por surgir com alguma naturalidade, dada a superioridade da equipa da casa.

Assim foi aos 63 minutos quando Pellé dispara para defesa incompleta de Mannone que deixa a bola fugir para a baliza. Bridcutt ao tentar evitar o segundo golo do avançado Italiano acaba por introduzir a bola na baliza em novo lance caricato da defensiva do Sunderland. Aos 69 Pellé chegou mesmo ao segundo golo, ele que parece não se cansar de fazer golos (marcou na dupla jornada ao serviço de Itália). 

Tadic assinou o 6-0 aos 78 e ainda teve tempo para espalhar mais magia, oferecendo novamente 2 golos a companheiros de equipa, primeiro a Wanyama e depois a Sadio Mané, saidos do banco de suplentes, fixando o resultado final nos humilhantes 8-0.

Vida nova em Southampton

Por esta altura ninguém se lembra de Lovren, Shaw, Lallana, Ramirez ou Lambert, peças fundamentais da equipa de Pochettino que fez uma excelente campanha na Premier League versão 2013/2014. Depois de um funeral antecipado o Southampton não se deixou levar pela onda de negativismo e continua a dar cartas e é mesmo o capitão dos Saints José Fonte (central Português que foi pela primeira vez chamado aos trabalhos da selecção das quinas) quem afirma que o "Southampton até tem mais qualidade este ano".

Lovren deu a lugar a Alderweireld, Shaw a Bertrand, Lallana e Dusan Tadic, Ramirez a Sadio Mane e Lambert a Pellé e, para espanto de quase todos os adeptos, Ronald Koeman conseguiu arrumar muito bem a equipa em campo e as coisas estão a correr melhor do que nunca. Não fosse a derrota frente ao Tottenham (agora treinado por Pochettino) antes da pausa de selecções e o Southampton estaria há mais de um mês sem conhecer o sabor da derrota.

Como joga o Southampton

Reconhecendo o bom trabalho feito pelo seu antecessor Ronald Koeman manteve a aposta no 4-3-3, com um trinco mais posicional e dois médios interiores a jogarem muito por dentro, dando espaço para as entradas dos laterias que se projectam para fazer o 2 contra 1 no flanco. O Southampton tem muito jogo ofensivo, aposta num homem de área fixo na frente a segurar os centrais abrindo espaço para os movimentos a cortar para dentro dos extremos e apresenta uma solidez defensiva assinalável (José Fonte continua em grande forma).

Os Saints normalmente apresentam-se com Forster na baliza e um quarteto formado por Bertrand, Alderweireld (na vez de Yoshida), Fonte, Clyne. No meio campo Koeman aposta em Wanyama como trinco mais posicional a destruir jogo (o Queniano é um autêntico "tanque" e dá muito músculo ao meio campo a jogar à frente dos centrais), Schneiderlin como médio de construção, também a pisar terrenos mais recuados, importante no momento defensivo e agressivo sem bola, mas mais capaz no transporte, construção de jogo e chegada à área contrária. Como terceiro médio, de características mais ofensivas, Cork, Davis e Ward-Prowse vão disputando a vaga, com o talentoso jovem Inglês  das escolas dos Saints afastado dos relvados por lesão.

Na frente Koeman aposta em dois homens abertos nas faixas, Tadic e Mané. Tadic mais em busca de movimentos interiores, a aparecer entre linhas, a vir receber ao meio e muito forte no ultimo passe e na decisão (ou não fosse o Sérvio o principal fornecedor de golos aos seus companheiros). Sadio Mané é um jogador de outras características, mais de ruptura e de 1 contra 1. Muito forte, vai para cima do adversário, puxa para dentro e procura o flanco e é um autêntico quebra-cabeças para os defesas contrários pela sua velocidade. No meio Pellé continua de pé quente, fazendo lembrar outros avançados Italianos de área como Luca Toni e Inzaghi. O ex-Feyenoord é muito forte dentro da área e raramente perdoa quando a bola lhe chega em boas condições.

Um plano B bem oleado

Quando as coisas não resultam Koeman mostra muita flexibilidade táctica e parte facilmente para outro desenho táctico com 2 avançados em busca do golo. Shane Long surge como companheiro de ataque de Pellé, sacrificando o terceiro médio e jogando com um duplo pivot de cobertura defensiva, os dois alas bem abertos e dois avançados em cunha.

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