Foi o Rio Ave quem começou melhor a partida; um meio-campo pressionante e uma boa exploração dos corredores permitiram à equipa de Pedro Martins uma entrada forte em jogo, surpreendendo de sobremaneira o adversário. O remate de Esmael logo aos sete minutos, apesar de quase inofensivo, teve o condão de acordar um Steaua que percebeu ali que o golo não seria apenas uma questão de tempo.

A vingança do guerreiro

Os romenos aceleraram e passaram a ter a iniciativa de jogo; agora o Rio Ave, apesar de não ser enconstada à sua área, já não conseguia chegar com tanta facilidade junto da baliza romena. Foi neste período de ascendente romeno que surgiu Rusescu; o ex-Sporting de Braga jogava sem posição fixa, baralhando as marcações da defesa do Rio Ave com as suas constantes movimentações, e à passagem dos 16 minutos o antigo avançado bracarense, depois de uma perda de bola da defesa vilacondense, correspondeu da melhor maneira a um cruzamento da esquerda e fez o primeiro da partida, a vingança estava servida.

Rusescu festeja o primeiro de dois golos (foto: uefa.com)

Ao contrário de situações anteriores, o Rio Ave não acusou o golo sofrido. Pedro Martins trocou Ukra e Del Valle de flanco, e os homens de Vila do Conde partiram em busca do empate, algo que poderiam ter alcançado em duas ocasiões praticamente consecutivas e ambas com um denominador comum: Ukra; aos 21 minutos o extremo português serviu Diego Lopes de trivela, mas o brasileiro falhou o cabeceamento, e no minuto seguinte o extremo esteve na origem de uma jogada que culminou com mais um remate de Esmael dentro da área, com a bola a passar ao lado.

Consentido ou não, o domínio do Rio Ave era real, os homens de Pedro Martins procuravam incessamentente a baliza romena, contudo sem criar verdadeiras ocasiões de perigo; o remate de Ukra para defesa atenta de Arlauskis foi o mais perto que os vilacondenses estiveram do golo.

O Steaua parecia confortável com a situação, o adversário não criava perigo, e abria espaços na retaguarda passíveis de rápidos contra-ataques; com o aproximar do intervalo os homens da casa voltaram a equilibrar a contenda...e voltaram a marcar. Já em cima do minuto 45, um super-motivado Rusescu, descaído para a esquerda, disparou do meio da rua, surpreendendo Cássio e fazendo o segundo dos romenos.

Wakaso lutou muito no meio-campo (foto:uefa.com)

Os dois golos de diferença ao intervalo eram um castigo pesado para o Rio Ave, e acabava por premiar a eficácia do Steaua...o “único” factor que distinguiu as equipas no primeiro tempo.

Um golo para a história

E foi isso mesmo que os homens de Vila do Conde procuraram remediar logo no início do segundo tempo; recuperação de bola do meio campo português e Del Valle a encher o pé direito, fazendo um belíssimo golo, o primeiro do Rio Ave em competições europeias. O golo galvanizou a equipa de Pedro Martins que, todavia, não se livrou de um susto com Keseru a falhar o 3-1 na cara de Cássio. Pouco depois foi Del Valle a ter nos pés o golo do empate, permitindo uma bela defesa de Arlauskis.

O jogo era jogado a um ritmo frenético, com situações de perigo a alternarem as balizas do Arena Nacional de Bucareste. A meio do segundo tempo o ritmo do jogo baixou, muito por causa das alterações feitas em ambas as equipas, Pedro Martins refrescou o ataque com as entradas de Boateng e Hassan para atacar os últimos quinze minutos e alcançar, pelo menos, o empate.

As substituições acabaram por não ter o efeito desejado, Boateng esteve esforçado, mas inconsequente, e Hassan praticamente não se viu. Até final o Rio Ave tentou de tudo para chegar ao segundo golo, mas sem criar verdadeiras ocasiões para tal.

Apesar da derrota, o Rio Ave mostrou sinais de evolução, demonstrando uma maior maturidade europeia, já para não falar de uma atitude destemida e agressiva, que permitiu aos homens de Pedro Martins dominar a partida em alguns momentos do jogo. Infelzimente este crescimento não foi suficiente para trazer pontos da Roménia; provavelmente o empate teria sido o resultado mais adequado, tendo em conta a realidade da partida, e o equilíbrio entre as equipas. Assim a diferença residiu no mais importante: a eficácia.