Se à entrada para a jornada o Sporting de Braga - Benfica era tido como o jogo de maior importância no fim-de-semana desportivo português, maior importância terá ganho quando o técnico encarnado, Jorge Jesus, o considerou um «jogo de Champions» - tendo em conta as insuficiências demonstradas pelos encarnados nesta edição da prova milionária, o encontro tornava-se ainda mais perigoso…

Uma entrada à Campeão 

Na verdade, a entrada do Benfica foi mesmo ao nível de uma grande equipa europeia, com um golo logo no primeiro remate após uma investida de Eliseu, que passou atrasado para a entrada de Anderson Talisca, que irrompeu pela área para abrir o marcador.

As águias conseguiam uma entrada de rompante graças à reconhecida irreverência ofensiva, prometendo domínio com o passar dos minutos mesmo a jogar em casa alheia, e logo de um rival competente que habitualmente faz da sua Pedreira a garantia de conquistar de grande parte das suas vitórias.

Tal como a extraordinária arquitectura da casa bracarense, também o jogo estava bom, e o Benfica mantinha-se em bom plano, tendo tido novamente em Talisca uma ocasião de algum relevo num remate efectuado após ter sido o próprio a levantar o esférico aos 25 minutos.

Excelente atitude do Sp. Braga na segunda parte

Na defesa encarnada, ainda sem Jardel, mantinha-se o argentino Lisandro Lopez mesmo após a expulsão no Mónaco; depois de um final de jogo difícil no principado e estatísticas elogiosas na Liga, o último reduto encarnado começava a perder resistência com o passar dos minutos, e com isso o voluntarismo da equipa da casa evidenciava-se cada vez mais.

Como tal, foi sem surpresa que aos 28 minutos o Sp. Braga logrou empatar a partir de um contra-ataque de compêndio finalizado em esforço por Éder após bem colocado passe de Pardo, estabelecendo-se assim uma igualdade ao intervalo, um tento equalizador que agigantou o Braga para a segunda metade.

Por seu turno, Jesus não terá conseguido motivar devidamente as suas «tropas», um aspecto importante tendo em conta o equilíbrio que se registava no encontro e que se denotou com a boa entrada dos Guerreiros do Minho para a etapa complementar, em especial Pedro Tiba que, em dose dupla, obrigou Artur Moraes a aplicar-se com duas defesas atentas.

Moralizados, os bracarenses voltaram à carga aos 72 minutos num remate em jeito de Baiano que no entanto saiu desviado, colocando a águia perante dificuldades que deverão ser expostas em análise futura por parte dos especialistas e acima de tudo as hostes benfiquistas para o futuro, com destaque para a exposição a que ambos os laterais, mais Eliseu do que Maxi Pereira, eram colocados.

Várias vezes, devido a um apoio deficiente ou até inexistente por parte dos seus companheiros quando deveriam surgir na dobra. Pior, fazia prever o pior para os campeões nacionais neste encontro em particular.

A procura pelo empate

Os sucessivos avisos a um Benfica que parecia distante da equipa extremamente competente da época passada haveriam de confirmar-se aos 80 minutos, momento em que o recém-entrado Salvador Agra arrancou bem pela esquerda, aproveitando as fragilidades acima descritas, ganhando espaço em derivação para o centro para rematar colocado para o fundo das redes.

Após o golo da reviravolta, a resposta benfiquista ainda se fez notar, mas já nos minutos finais, com uma grande defesa do guarda-redes Matheus seguida de nova tentativa de Talisca (quase sempre ele), que atirou de fora da área, mas ao lado.

Até final, apenas muita confusão que resulta em duas expulsões para o Sporting de Braga, entre elas a do próprio treinador e ainda do treinador adjunto benfiquista, Raul José, mas pouca organização e coordenação, assim como falta de profundidade atacante por parte do Benfica, nomeadamente pelas suas alas, e assim o líder da prova, por mérito de um muito bom Braga, mas também por culpa própria, perdeu a sua invencibilidade doméstica.

«Não se assustem por terem saído muitos jogadores,» exprimiu no início da temporada Jorge Jesus, que dessa forma prometia que a equipa não falharia nos momentos de maior pressão, o que não aconteceu indubitavelmente no Minho, onde perdeu boa parte da vantagem pontual que havia conseguido.