A «Champions» voltou esta semana e, desta feita, Benfica recebeu o Mónaco após o empate que conquistou na última jornada. A pressão para as águias ganharem era muita, sendo esse o único meio de assegurar uma maior tranquilidade para a permanência nas competições europeias para os pupilos de Jorge Jesus. Após a derrota do Zenit com o Bayern Leverkusen, por 1-2, o cenário parecia cada vez mais favorável. Foi então que, após 82 minutos sem golos, Talisca abriu o marcador para realizar o único golo da partida, que carimbou a vitória dos encarnados. 

Nesta partida, de destacar a escolha de Jesus por Derley, deixando Lima no banco naquela que se provou uma boa decisão - embora não tenha concretizado, o jovem brasileiro demonstrou uma excelente atitude, à parte algumas perdas de oportunidade face à sua inexperiência neste tipo de desafios. Também Talisca se destacou, não só pelo golo mas pelas variadas hipóteses que conquistou, assustando o guardião adversário em algumas ocasiões. Do lado do Mónaco, relevo para a excelência de Ferreira-Carrasco, que fez o que quis da defesa encarnada, protagonizando diversos ataques que poderiam ter batido as redes de Júlio César, não fosse a calma e tranquilidade do guarda-redes. 

Nulo ao intervalo permeia muro defensivo do Mónaco

O pontapé de saída pertenceu à equipa da casa, que iria deter o controle total do jogo nos minutos iniciais. Logo aos 3 minutos, Gaitán corria com a bola e rematava para as mãos de Subasic, ainda que sem perigo. Logo a seguir, contudo, o Benfica perdia uma boa oportunidade quando Talisca abria pela direita a Sálvio, que desperdiçou ao atirar ao lado.

O Benfica, contudo, não se continha, jogando muito e criando perigo e pressão sobre o Mónaco, embora não fossem claras grandes oportunidades de golo mas sim as jogadas ofensivas. O Mónaco tentava ripostar ao construir jogo no centro, contudo a pressão do SLB era de tal forma intensa que os franceses não viam outra opção a não ser baixar as linhas, criando poucas oportunidades de perigo. Aqui, o segredo dos encarnados residia claramente em evitar as habituais saídas rápidas de Moutinho, deixando-o sem bola para construir jogo na frente. Destaque neste prisma para Samaris, a realizar talvez uma das melhores prestações desde que chegou à Luz.

Após os primeiros 20 minutos, contudo, o jogo começou a modificar. Salvio cometia muitos erros que não ajudavam a chegar à vantagem no marcador, e começou a ser mais fácil ao Mónaco equilibrar o jogo e criar mais perigo. À meia hora, Enzo já estava apagado e o Benfica perdia a anterior pressão sobre o Mónaco, que começou a pautar o ritmo com inteligência, claramente a jogar para o empate. Aos 38 minutos, inclusive, Júlio César via-se a fazer uma grande defesa a um cabeceamento de Kurzawa que, contudo, estava em fora de jogo. O susto serviu ao Benfica, que voltou a acordar e procurar o contra-ataque, nuns minutos finais algo confusos já que, apesar de manter o domínio territorial, a intensidade de jogo estava bastante reduzida.

Mesmo em cima da pausa, Gaitán falhou de flagrante numa excelente jogada de Enzo e Salvio, com o primeiro a isolar Gaitán que, no entanto, demorou demasiado a rematar, simplesmente ganhando o canto. O minuto 45 aparecia no marcador e chegava-se ao intervalo a zeros, num resultado justo após um primeiro bloco de jogo repartido entre as duas equipas.

Quem não Talisca... não petisca!

A entrada na segunda parte não foi tão forte como seria de esperar. Apesar de equilibrada, a maioria do domínio estava do lado do Mónaco, a jogar mais no ataque. Júlio César via-se obrigado a intervir várias vezes, enquanto que o guardião do Mónaco encontrava alguns momentos de sossego. De facto, o guardião das águias fazia paradas geniais que impediram diferentes vezes o tento dos gaulezes, cada vez mais próximo. Do lado dos encarnados, Enzo também não aparecia e toda a equipa se começava a ressentir disso, com um meio-campo quase inexistente.

A meio o Mónaco intensificava ainda mais a sua pressão, fazendo o que queria do Benfica que só conseguia jogar em contra-ataque e evitar golos com alguma perícia da defesa. A dificuldade em recuperar o anterior domínio era muita e aos 59 minutos Carrasco, endiabrado, assustava as águias: passava por Jardel e rematava, obrigando o guarda-redes brasileiro a uma espetacular defesa. Era necessária uma mudança na tática da equipa da casa e foi isso mesmo que Jorge Jesus fez, correndo um grande risco que, no fim, acabou por compensar: consciente da necessidade de vencer, o técnico benfiquista optou por reforçar o ataque e debilitar a defesa, trocando Samaris por Lima.

Embora o brasileiro tenha falhado em muitas ocasiões, o Benfica começou mesmo a ganhar mais pujança com o fim da partida a chegar e foi assim que, depois de algumas tentativas falhadas, Talisca apareceu para salvar a equipa. Um canto de Gaitán acabou num toque de cabeça de Derley que desviou para o 2º poste, onde apareceu Talisca pronto para concretizar. Estava consolidada a supremacia e, ciente da necessidade de a manter, o técnico benfiquista voltava a mexer na equipa, desta feita para reforçar a defesa. O que é certo é que resultava, e não mais golos se registaram. O jogo acabava 1-0 e o Benfica conquistou assim a sua primeira vitória nesta edição da «Champions».

Ainda há hipótese para a equipa da Luz

O grupo C é agora liderado pelo Bayern Leverkusen, com 9 pontos. Logo a seguir surge o Mónaco, com 5 pontos, acima de Zenit e Benfica com 4, em igualdade pontual mas com o Zenit a ocupar a terceira posição. Neste panorama, o apuramento para a Champions continua a ser uma possibilidade para os pupilos de Jorge Jesus, embora não dependa só de si próprio. 

A passagem à Liga Europa também está, assim, longe de ser uma impossibilidade - basta vencer ao Zenit e ganhar ou empatar com o Bayern Leverkusen para o Benfica chegar à terceira posição, onde o apuramento é automático. Neste cenário, a equipa da Luz já é completamente dependente de si própria. 

As contas do Benfica poderão estar difíceis, mas o que é certo é que a tesouraria das águias agradece o tiro certeiro de Talisca, que ofereceu mais 1 milhão de euros aos cofres da Luz.