A caminhada eloquente do Belenenses na Primeira Liga não passa despercebida, nem ao adepto do Restelo nem ao seguidor do futebol português: a equipa belenense está num prestigiante e brioso quarto lugar no campeonato (volvidas 9 jornadas), à frente do candidato ao título leonino, o Sporting, e apenas a quatro pontos do FC Porto e a cinco do campeão Benfica - o futebol apresentado pela turma de Lito Vidigal tem merecido elogios e alguns dos elementos do onze-tipo do Restelo têm impressionado pela excelente forma apresentada.

Miguel Rosa, Fábio Sturgeon e Deyverson compõem o trio de jogadores que mais têm dado nas vistas durante as primeiras 9 jornadas da Liga. As assistências, os golos, a combatividade e pertinência técnica do triunvirato azul são alguns dos mais sonantes gritos de revolta do novo Belenenses 2014/2015, que tem vivido, em grande parte, da capacidade ofensiva dos três jogadores mencionados -  Miguel Rosa, o cérebro da orquestra, Sturgeon, o escudeiro do ataque, e Deyverson, o goleador.

Miguel Rosa: pensar nos outros e só depois em si

É pensado nos colegas que Miguel Rosa pensa o jogo do Belenenses - bom controlo de bola, capacidade de raciocínio apurada, excelente leitura táctica do jogo e uma apetência credível para o golo, seja a proporcioná-lo seja a festejá-lo. Primeiro pensa o jogo, depois pensa em si: primeiro organiza e distribui, e depois, caso a possibilidade se proporcione, Rosa faz o gosto ao golo. O médio ofensivo de 25 anos leva já 5 golos em 9 partidas oficiais (4 golos marcados em 8 jogos da Liga) mas a sua habilidade maior é a assistência, algo que faz com extrema regularidade.

Fábio Sturgeon: a cruz de Cristo é o seu escudo

É um autêntico escudeiro de Deyverson no ataque do Restelo. A sua combatividade, força, garra e resiliência transfiguram o jogo atacante do Belenenses, conferindo-lhe poder de choque, rapidez, inquietação e muita acutilância. Leva 9 partidas na temporada e, apesar do jovem avançado de 20 anos apenas ter apontado um tento, Sturgeon é uma cruz pesada que as defesas contrárias se vêem obrigadas a carregar - sabe abrir espaços, atrair a atenção das marcações, lutar nos duelos individuais e assistir os companheiros: na partida contra o Boavista, sacou dois passes para golos...de Rosa e Deyverson, precisamente...

Deyverson: época de afirmação

Enquanto Rosa já se estabelecera como jogador de reconhecida qualidade (no Benfica B foi o maestro sem oposição mas já no Carregado e Belenenses tinha dado cartas) e Sturgeon ainda dá os primeiros passos na carreira, o avançado brasileiro Deyverson, de 23 anos, encarou esta época como o ano de afirmação, época ideal para, aproveitando a titularidade, deixar a sua marca. E tem-no feito com exuberância: é o melhor marcador da equipa, com 7 golos na Liga, usando o cabeceamento letal e a finalização plena de oportunismo para aniquilar as defesas contrárias. 

Lito Vidigal: o timoneiro do sucesso

Reduzir o sucesso do Belenenses ao trio referido é totalmente falacioso mas é somente justo elogiar, apontado o dedo, as qualidades dos três executantes belenenses, que têm, indubitavelmente, contruibuído largamente para os bons resultados apresentados pelo histórico clube lisboeta. Liderando a equipa está o timoneiro Lito Vidigal, ideólogo da estratégia belenense e responsável pela subida de forma do clube, que ainda há poucos meses (final da temporada passada) se debatia para manter-se acima da linha de água.