As interpretações poderão, aparentemente, colidir: o Estoril enfrenta tremenda malapata caseira em partidas com o FC Porto, para a Liga Portuguesa e, ao mesmo tempo, constitui actualmente uma real ameaça ao clube portista. Como podem estas duas conclusões subsistir juntas? A verdade é que o Estoril não bate o Porto em casa há 37 anos, mas, ao mesmo tempo, o Dragão olha para o passado recente com total desconfiança: o Estoril roubou-lhe 5 pontos na temporada passada...

2013/2014: Dragão anulado pelo Estoril

É precisamente a temporada passada que faz com que o FC Porto olhe com extrema desconfiança para o Estoril. A formação «canarinha» passou de habitual presa fácil a oponente habilidoso - com Marco Silva ao leme, o Estoril forçou o então campeão a um empate 2-2 na Amoreira, tendo na segunda volta anulado o Dragão no seu próprio reino, com um golo de Evandro (que viria depois a assinar pelo Porto).

Escaldado com o péssimo registo acima descrito, o FC Porto sabe que a deslocação ao reduto Coimbra da Mota é de dificuldade acentuada, mesmo tendo em conta o fraquíssimo momento de forma do clube agora treinado por José Couceiro - o Estoril está num decepcionante décimo primeiro lugar, com parcos nove pontos em nove partidas disputadas.

Jogar em casa: tradição de perdição com 37 anos de idade

Longe vai o dia em que, pela última vez, o Estoril foi capaz de receber e vencer o Porto numa partida da Liga nacional: foi em 1977, no dia 10 de Setembro, logo à segunda jornada do campeonato. Os golos da vitória caseira foram apontados Óscar Duarte e Joaquim Salvado - Óscar Duarte viria, na temporada seguinte, a reforçar o clube portista.

Desde então, não mais o Estoril logrou bater o FC Porto em casa em jogos da liga nacional. Couceiro e os seus pupilos poderão hoje contrariar a tradição de perdição que tem assolado os jogos caseiros do Estoril aquando da visita do Dragão: na turma estorilista estará um avançado sedento de provar ao clube proprietário do seu passe que marcar golos é consigo - Kléber, emprestado pelo Porto, deverá ser a seta estorilista apontada ao coração do Dragão.

Lopetegui à beira da consolidação

Parece que o ímpeto da rotatividade está a amainar no reino do Dragão: Lopetegui parece caminhar para a descodificação do seu onze tipo. Com o sector defensivo totalmente alinhavado e o meio-campo entregue a Casemiro, Herrera e Óliver, e o tridente atacante constituído por Brahimi, Jackson e Tello. Para hoje prevê-se a entrada de Quaresma no onze titular, já que o extremo espanhol emprestado pelo Barcelona está lesionado.

Kuca, Kléber e Diogo Amado são pontos de interrogação

Os três jogadores estão em dúvida para a partida com o Porto, mas a sua presença no duelo ainda não é uma carta fora do baralho de Couceiro. Caso se confirmem as três ausências, o Estoril perderá três elementos cruciais no onze habitual da equipa - Kuca tem sido a surpresa da época, Diogo Amado é pilar no miolo do terreno e Kléber tem sido o goleador da equipa, com 4 golos apontados.

Onzes prováveis:

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