O Manchester City está a fazer uma época abaixo do esperado. No campeonato está em terceiro a oito pontos do primeiro que é o Chelsea, na Liga dos Campeões está em quarto e último a dez do Bayern de Munique e foi afastado da Taça da Liga (2-0) pelo Newcastle em casa. Isto deve-se, em parte, à politca de contratações.

Contratou dois jogadores ao FC Porto (Mangala e Fernando) num total perto de 55 milhões, mas no caso da transferência de Mangala não se sabe ao certo os valores pois o City pagou 40 milhões de euros e o Porto comunicou ter recebido 30,5 milhões. Isto quando detinha apenas 56,67% do passe do defesa gaulês, que até servia de garantia ao banco outrora denominado BES. Em dezembro de 2011, o Porto vendeu 33,33% dos direitos económicos do defesa à Doyen Sports Investement Limited, por 2,6 milhões de euros.

No Relatório e Contas do 3.º trimestre de 2013/2014, o mais recente disponibilizado pelo Porto, o clube revelou que teria de partilhar com esta entidade o valor «resultante de alienações futuras» do passe de Mangala. No mesmo mês, os dragões informaram a CMVM que tinham atribuído «10% da receita líquida de uma eventual transferência” à sociedade Robi Plus.

Se os direitos económicos de Eliaquim Mangala se mantivessem assim divididos, os 40 milhões de euros que o Manchester City pagou seriam distribuídos deste modo: o Porto receberia 22,6 milhões, a Doyen teria direito a 13,3 milhões e, por último, a Robi Plus ficaria com quatro milhões de euros. Entretanto contratou Bacary Sagna ao Arsenal, pelo qual pagou zero pois estava em fim de contrato, Scott Sinclair que estava emprestado ao west bromwich albion e voltou a "casa", Willy Caballero que veio do Málaga por sete milhões e meio de euros, Frank Lampard que foi emprestado pelo New York City, um clube satélite, Dedryck Boyata que estava emprestado ao Bolton, Sinan Bytyqi vindo da equipa B e Jose Pozo que veio dos juniores.

Manifestamente pouco para uma equipa que pretende ser campeã nacional e ter uma boa prestação na Liga dos Campeões. E isto aconteceu devido às sanções por parte da UEFA no contexto do Fair-play financeiro. Segundo a Reuters, o Manchester City aceitou estas sanções (60 milhões de euros) mas conseguiu aligeirar a pena com um compromisso estabelecido com o órgão máximo do futebol europeu.

O campeão inglês comprometeu-se a diminuir significativamente o orçamento para contratações de novos jogadores nos próximos dois anos. Este acordo permite ao City pagar agora apenas um terço da multa, 20 milhões de euros, ficando os restante 40 suspensos que só serão aplicados se o acordo de contenção financeira não for respeitado. A contenção inclui um limite de 60 milhões de euros em contratações e o congelamento dos salários dos jogadores.

Quanto aos reforços nenhum é indiscutivelmente titular, muito pelo contrário, e Fernando é o mais utilizado com treze jogos nas várias competições. A politica de contratações não foi gerida da melhor forma e a compra dos dois passes ao clube português não foi, aparentemente, a melhor medida - pelo menos tendo em conta a realidade actual do City e o peso das contratações na forma dos «Citizens».