«Não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis»

O inicio de temporada metamorfoseou-se num pesadelo para o Gil Vicente. Depois de se ter reforçado com jogadores como Diogo Valente, Gladstone, Marwan Mohsen, Evaldo e Hossam Hassan tudo apontava para um bom arranque de campeonato por parte da equipa Barcelense.

Porém, ao fim de três jornadas, o descontentamento dos adeptos e sócios levou ao despedimento do técnico João de Deus que nos três jogos (a contar para a liga zon sagres 2014/2015) ao comando do Gil Vicente somou três derrotas consecutivas ( contra V. Guimarães, V. Setúbal e Marítimo).

Os adeptos adjuraram novo treinador e o presidente António Fiúza fez-lhes a vontade. José Mota foi o eleito, e desta forma voltou ao ativo depois de uma paragem que durou mais de um ano. O treinador português encontrava-se sem clube desde Outubro de 2013, altura em que foi demitido dos comandos do Vitória de Setúbal.

Com a chegada do novo treinador surgiram novas ideias e mudanças no sistema tático. José Augusto Simões Casinhas da Mota Filipe no seu primeiro jogo ao serviço do Gil Vicente deslocou-se à capital do móvel, um lugar que não lhe é nada estranho, pois passou 5 anos na dianteira do Paços de Ferreira ( de 1999 a 2004) para tentar colher os frutos dos novos ideais implementados.

No jogo de estreia de José Mota o Gil Vicente empatou a uma bola com o P. Ferreira

No jogo de estreia de José Mota o Gil Vicente empatou a uma bola com o Paços de Ferreira. Um arranque fraco para Mota, dado que não conseguiu melhor que um empate. Todavia, o empate frente aos Pacences poderia ser a luz ao fundo do túnel visto que na estreia do novo técnico, o Gil Vicente tinha conquistado o primeiro ponto no campeonato nacional deste ano. Uma luz que se desvelou fraca, pois na subsequente partida os Gilistas foram goleados em casa frente ao Sporting. Desde o jogo de estreia até à última jornada (Braga - Gil Vicente), José Mota não conseguiu melhor que dois empates ( frente ao Estoril e ao Arouca).

O Gil Vicente afunda-se cada vez mais na tabela classificativa e a hipótese de descida ( apesar de ser um sentimento bastante precoce devido aos jogos que ainda faltam jogar) começa a atormentar os adeptos do clube nortenho.

O certo é que os Gilistas ainda não conseguiram vencer por nenhuma vez e estão à 10 jogos consecutivos a sofrer golos. Mas se a defesa não goza de bons dias (pior defesa da Liga com 21 golos sofridos), o ataque da equipa do Galo de Barcelos deixa do mesmo modo muito a desejar. Os Barcelenses ainda só puderam festejar "golo" por 7 vezes.

A falta de entrosamento nas transições meio campo/ataque são notórias. A criatividade de Caetano, Diogo Viana e Avto aliada à experiência de jogadores como Diogo Valente pode ser a chave para abrir a porta dos golos à equipa de António Fiúza. Por outro lado, as excelentes exibições protagonizadas por Adriano Facchini poderão ser um excelente agente motivador para o setor defensivo do Gil Vicente.

Enquanto há campeonato, há esperança. É imperial que o técnico José Mota incorpore nos seus jogadores um espírito de união, solidariedade e determinação de forma a poder arquitetar um grupo mais ambicioso com vontade de vencer. O Gil está cada vez mais último e se não começar a vencer algumas partidas a descida de divisão rapidamente passará de um pesadelo a uma triste realidade.

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Sobre o autor
Ricardo Cruz
Apaixonado pela natureza. Ama-a de uma maneira distinta, desde o estrepitoso rebentamento da onda ao mais reservado olhar de um animal. Frequenta o curso de Ciências da Comunicação na FCSH/UNL e ambiciona trabalhar como jornalista. Jogador de futebol federado desde os sete anos entende que o desporto liberta o ser humano da tensão diária. Confiante, resolvido consigo mesmo e ousado, procura na sua família inspiração para sobrepujar os desafios diários.