A confirmação de Marco Silva, na conferência de antevisão ao duelo com o Sporting de Espinho desta sexta-feira, acerca das reuniões com Bruno de Carvalho e Augusto Inácio tendo em vista o reforço do plantel no próximo mercado de transferências, significa que vários jogadores do grupo inicial formado para 2014/15 podem estar de partida.

Apesar da tendência de reequilíbrio das suas contas, os leões continuam debaixo de fortes restrições financeiras que os impedem de uma ida desafogada às compras. Sem grandes verbas disponíveis para novas contratações, Marco Silva sabe que a dispensa e venda de alguns dos seus actuais activos é obrigatória.

Dessa forma, jogadores como Maurício, André Geraldes, Slavchev, Heldon e Capel vão ser colocados numa lista prioritária para abandonar Alvalade e dessa forma permitir a aquisição de um defesa-central e um ponta-de-lança

«Xerife» Maurício com os dias contados

Não se pode dizer que Marco Silva tenha alguma vez «morrido de amores» pelo defesa central Maurício, de 25 anos. Apesar do seu empenho em seduzir a plateia de Alvalade, a verdade é que as suas performances têm deixado a desejar e as limitações custado diversos pontos, milhares de euros e prestígio à formação lisboeta.

Durante a pré-época o treinador leonino desde sempre denotou a sua preferência por Eric Dier, utilizando o brasileiro apenas circunstacialmente enquanto Marcos Rojo gozava o seu período de férias depois da participação no Campeonato do Mundo. Sobre o argentino Marco Silva foi sempre fazendo questão de assinalar a sua importância e qualidade para o onze titular da equipa, dando desde bem cedo a entender que a sua dupla de eleição seria formada pelos dois defesas que actualmente competem na Liga Inglesa.

Ora, com a saída de Dier e Rojo, a titularidade de Maurício apenas aconteceu pela inexistência de alternativas, e já depois dos avisos do treinador para a necessidade da compra de mais um defesa-central. Com o acumular de erros defensivos por parte de Maurício, Marco Silva parece ter perdido a paciência com o brasileiro, relegando-o para o banco de suplentes nos dois últimos encontros dos leões, o último deles por opção técnica.

«Inadaptação» de reforços e CAN aumentam lista de compras

Para além do apagamento de Maurício, as contratações do francês Naby-Sarr e do egípcio Ramy Rabia tardam em justificar o investimento, comprometendo um sector crucial da equipa. 

Apenas com Paulo Oliveira a revelar acerto nas suas exibições, Marco Silva já informou Bruno de Carvalho e Augusto Inácio de que é absolutamente imperial a contratação de um central de qualidade indiscutível em janeiro. Sarr não tem demonstrado níveis mínimos de preparação para a Liga Portuguesa, enquanto que Rabia, fruto também de uma lesão que o afectou nas últimas semanas, vai prosseguindo um período de adaptação que se vai revelando mais longo do que seria de prever. 

Também o japonês Tanaka não parece, para já, estar a convencer Marco Silva, que em janeiro se verá órfão, ainda que temporariamente, do seu princpial goleador, Islam Slimani, de partida para o CAN.

A contratação de um ponta-de-lança é por isso a segunda prioridade da estrutura de futebol dos leões, que no entanto só será possível com as saídas de Heldon e Diego Capel, preferencialmente a título definitivo.

Outros reforços, como sejam os casos de André Geraldes e Simeon Slavchev, podem também receber «guia de marcha» do treinador leonino, por empréstimo, a fim de acelerarem a sua integração no futebol português e dessa forma se constituírem como uma opção válida já a partir da próxima temporada.