O Sporting Clube de Portugal garantiu pela primeira vez esta época a 3ª vitória consecutiva ao bater o Vitória de Setúbal por expressivos 3-0. Perante uma partida de sentido único, destaque para a dupla mortífera Slimani-Montero, que derrubaram a muralha de um Setúbal que nada fez para incomodar as redes de Rui Patrício.

1ª parte: Montero e Mané com via verde para desperdiçar oportunidades

O estádio de Alvalade foi palco de mais uma partida da Liga Portuguesa e numa noite iluminada estiveram presentes cerca de 34 000 espetadores, que viram a equipa leonina somar uma dezena de oportunidades falhadas no primeiro tempo. Com Montero e Slimani de início, o Sporting entrou decidido e a todo o gás com um pressing inicial que esmagou o último reduto Sadino.

Perante um Vitória de Setúbal demasiado apático e com uma tática muito cautelosa, o miolo leonino aproveitou para soltar os alas, com o fator Montero a baralhar por completo as marcações dos setubalenses. O Sporting começou a partida no ataque, com destaque para Mané que foi mais rápido que a própria sombra, acabando por servir na perfeição Slimani, com o argelino a falhar por pouco à passagem do minuto dois. Apenas 4 minutos depois, relevo para uma triangulação perfeita no ataque leonino que culminou com a classe de Montero, que tentou servir Slimani mas o argelino mais uma vez esteve perdulário diante das redes sadinas.

Apesar das oportunidades criadas e de um futebol muito bem praticado, a verdade é que os de Alvalade demonstravam falta de eficácia que acabava por beneficiar um Vitória de Setúbal que em termos ofensivos foi uma autêntica nulidade.

Nos primeiros 25 minutos, destaque ainda para um remate de Montero ao poste a que William não consegui dar sequência. A partir da meia hora, o Vitória de Setúbal reorganizou-se defensivamente e até ao final da primeira parte os leões apenas conseguiram controlar a partida territorialmente, podendo queixar-se apenas de si próprio perante tantas oportunidades falhadas que ditaram a igualdade a 0 ao intervalo.

Slimani e Montero: fórmula resolvente

O segundo tempo iniciou-se com o Sporting a dominar o meio-campo, mas notava-se uma certa falta de fulgor que o Vitória de Setúbal aproveitou para tentar subir as suas linhas, não criando, no entanto, qualquer lance de perigo para as redes de Rui Patrício nos primeiros 15 minutos do segundo tempo. Quando os Sportinguistas menos esperavam, eis que Jefferson resolve subir de forma bombástica pelo flanco esquerdo, cruzando com classe para o oportuno Slimani que, de forma subtil e artística, bate o até então imperioso guardião Ricardo Batista.

Foram os mais de 34 000 adeptos em delírio com Slimani mas, ainda não refeitos do primeiro tento, voltaram a festejar um minuto depois, desta feita pelo colombiano Montero que não teve problemas em rematar do meio da rua para o 2-0. Os comandados de Domingos Paciência pouco ou nada puderam fazer perante os 2 golos supersónicos dos leões e registo apenas para um remate na direção de Patrício, por intermédio de Erickson que ainda assim não assustou o guardião nacional.

Até ao final, os de Alvalade dominaram a seu belo prazer, contudo, Capel falhou escandalosamente o 3-0 depois de uma assistência primorosa de Carrillo, entrado na 2ª parte, com o espanhol a fazer o esférico embater na barra. Ainda assim, já depois do minuto 90, Carrillo de novo tem uma jogada de génio que culminou com um cruzamento letal para a cabeça do inevitável Slimani, que finalizou de cima para baixo como um ponta de lança deve fazer. Com o triunfo, os leões sobem para 6º lugar, somando agora 20 pontos e ficando à espera das partidas dos rivais, que apenas entrarão em campo este domingo. O Vitória de Setúbal ocupa o 11º posto com os mesmos 11 pontos, mas poderá ser ultrapassado pelos seus adversários.

Análise técnico-táctica: Montero baralhou a estratégia de Domingos

O técnico leoniono Marco Silva alinhou de início com uma variância tática de 4-4-2, com William e Adrien a comandarem as hostes do miolo. Os dois médios estiveram concentrados e dinâmicos, principalmente na 1ª parte, e levaram a cabo uma pressão alta intensa que sufocou o Vitória de Setúbal. Sem estar à espera, Domingos Paciência deparou-se com a inclusão de Montero no 11, fazendo companhia a Slimani na frente de ataque.

O técnico sadino, consciente da debilidade defensiva da sua equipa, viu Montero trocar as voltas dos seus defesas, uma vez que o colombiano teve uma liberdade tática que lhe permitia pisar terrenos de número 10 e de ala, com triangulações perfeitas com Nani e Mané. O central François foi a principal vítima do endiabrado ponta de lança e na disputa táctica destaque para a visão estratégica de Marco Silva, que soube jogar com as fragilidades do último reduto sadino que estava ainda afetado com a eliminação frente ao Oriental para a Taça de Portugal.

Apesar da derrota pesada, fica a ressalva para Domingos, que soube ler o jogo à meia hora da 1ª parte, fazendo entrar Erickson para o meio campo defensivo e acabando mesmo por adormecer os leões enquanto foi possível.