Em Madrid, a partida entre o Atlético de Madrid e o Deportivo da Corunha terminou em tragédia, com terríveis confrontos entre adeptos que resultaram em doze feridos e um morto. No passado Domingo, o embate desportivo extravasou os limites da competitividade, saltando para o embaraçoso e trágico campo da violência - pura ignorância, desprezo pelo respeito mútuo e humilhante demonstração de irracionalidade, assim se descrevem os actos arruaceiros que não só prejudicaram o espectáculo como a segurança e integridade dos pacíficos adeptos presentes.

Dos confrontos, dos quais a polícia foi obrigada fazer parte, resultou um morto, adepto do Deportivo de 40 anos, que faleceu no Hospital San Carlos, na capital espanhola de Madrid, não resistindo a um traumatismo craniano com paragem cardio-respiratória e hipotermia. O adepto foi agredido e lançado ao rio Mazanares, ao que tudo indica, pela claque «Frente Atletico», que marcou presença nos confrontos sucedidos em Madrid, onde decorreu a partida.

Decisão veemente do clube madrileno

No seguimento da tragédia, a direcção do Atlético de Madrid tomou uma veemente decisão, expulsando a claque em questão de todas as partidas disputadas pelos «colchoneros» no Estádio Vicente Caldéron, casa do Atlético. No comunicado emitido esta Terça-feira, o clube anunciou que irá banir a claque das partidas caseiras depois de ver confirmadas detenções no seio da «Frente Atlético», resultantes dos desacatos.

A confirmação da decisão foi dada por Gíl Marín, conselheiro-delegado do clube madrileno: «O Atlético decidiu expulsar a Frente Alético do Caldéron», afirmou, numa entrevista dada ao desportivo Deportes Cuatro. No comunicado pode ler-se que o clube reuniu uma comissão de análise para averiguar os acontecimentos e decidir com sintonia com a gravidade da situação. Da ponderação resultou a expulsão da claque violenta, muitas vezes conotadas com ideologias nazis.

«O clube vai perseguir qualquer outro colectivo, claque ou grupúsculo, que surja no futuro sob qualquer outro nome, que não condene radicalmente a violência ou que utilize o nome do Atlético de Madrid ou as suas instalações para defender ideias políticas, racistas ou xenófobas», pode ler-se no contundente comunicado.