O Benfica venceu na Luz o Belenenses, por 3-0, com golos de Lima, Enzo Pérez e Salvio, mas a estrela foi mesmo Nico Gaitán: jogou, abanou a defensiva belenense (que ainda resistiu 64 minutos) e permitiu a abertura de brechas na muralha do Restelo. Mas, se o Benfica venceu e o Belenenses perdeu...o que aconteceu à verdade desportiva?

A equipa técnica do Belenenses voltou, à semelhança do que se passará na temporada passada, a ser impedida de ser livre de escolher a sua formação inicial e, até, a constituição do seu próprio banco de suplentes: tudo isto devido a um acordo extra-regulamentar alcançado entre a direcções do Belenenses e do Benfica. Deyverson, sobre o qual o Benfica tem opção de recompra (já foi dispensado por Jorge Jesus) e Miguel Rosa (insuficiente para as exigências do treinador da Luz) ficaram na bancada.

Na bancada, juntamente com os dois melhores activos do actual Belenenses, ficaram também 73,3% por cento dos golos do Belenenses na Liga nacional, números que espelham, de modo drástico e inequívoco, a importância da dupla Miguel Rosa/Deyverson. Lito Vidigal, privado dos seus dois elementos-chave, visitou a Luz com um Belenenses coxo, que aguentou 64 minutos sem sofrer golos. 

O dito acordo de cavalheiros, extra-regulamentar, viola claramente as boas práticas de ética competitiva e desportiva, já que mesmo numa situação de empréstimo (que nem sequer se verifica), ditam as leis vigentes que o clube que beneficia do empréstimo pode, caso a sua equipa técnica entenda, utilizar sem restrições tais jogadores - terá Lito Vidigal achado que seria mais forte na Luz sem Deyverson e Rosa? Improvável, para não dizer impossível.

Impõe-se a questão: o Benfica ganhou, o Belenenses perdeu mas...como ficou a verdade desportiva?