Decorria a época 2005/2006 quando águias e dragões eram liderados por dois holandeses: Ronald Koeman e Co Adriaanse. O Benfica, campeão em título, deslocou-se à Invicta para defrontar o Porto no compromisso agendado para a sétima jornada da Liga betandwin, naquela que acabaria por ser a sua última vitória no terreno do seu maior rival: triunfo por 2-0 com bis de Nuno Gomes, 15 anos depois de César Brito entrar para a história do Benfica por alcançar exactamente o mesmo feito.

O Porto acabaria por ser campeão nesse ano, o Benfica seria terceiro classificado, e apesar de até aos dias de hoje já ter vencido no Dragão, nunca o voltou a fazer para o campeonato: vitória azul em 2006/2007 por 3-2, por 2-0 em 2007/2008, empate a uma bola em 2008/2009 e, já na era Jorge Jesus, vitórias portistas por 3-1 em 2009/2010, 5-0 em 2010/2011, 2-1 em 2012/2013 e 2-1 em 2013/2014, com um empate a dois golos de permeio, na temporada 2011/2012.

Ao todo, 6 derrotas e 2 empates para o conjunto encarnado, que procurará alargar a vantagem pontual que tem para os homens de Julen Lopetegui para seis pontos. Do outro lado, o Porto, moralizado pela classificação que obteve na fase de grupos da Liga dos Campeões, procura alcançar os encarnados na tabela, com o objectivo de passar o ano no primeiro lugar.

No próximo domingo o clássico realiza-se no Dragão, palco que tem sido uma verdadeira fortaleza para os azuis-e-brancos, e onde o Benfica claramente tem sido infeliz contabilizando todos os confrontos nos últimos 10 anos do futebol português: se por mérito ou demérito, se por trauma ou por mera coincidência, a verdade é que o registo encarnado no Dragão é claramente desfavorável às aspirações do Benfica.

Sobre o Porto, por beneficiar do factor casa e por surgir, à partida, mais motivado fruto da boa campanha europeia que tem vindo a realizar e do ascendente que tem tido a nível da performance da equipa, recai parte do favoritismo. Todavia, jogos entre duas grandes equipas são sempre difíceis de prever, e o Benfica, por sua vez, também já apresentou argumentos ao longo do campeonato que podem vir a fazer o resultado pender em favor dos encarnados.

Para já, há uma novidade em relação ao clima que costuma rodear os confrontos entre Porto e Benfica: o ambiente de amizade institucional entre ambas as direcções, algo quase inédito desde que Luís Filipe Vieira chegou ao cargo de presidente do Benfica, e que por isso mesmo tornou a atmosfera que envolve o clássico menos hostil do que habitual.

Se com o apito final teremos mais novidades? Difícil de prever, como é sempre que duas grandes equipas se defrontam. Nas palavras de João Pinto, capitão portista, prognósticos só no fim do jogo, e só então saberemos dizer se o Benfica conseguiu contrariar  a lógica que tem vindo a subsistir nos confrontos realizados na casa do FC Porto, ou se por outro lado não alcança três preciosos pontos nesta jornada, o que para além de confirmar uma década sem vitórias no Dragão para o campeonato, pode revelar-se decisivo nas contas finais da edição 2014/2015 do campeonato português.