Depois de ter entrado em administração em Outubro, ao declarar falência e acabar por falhar os últimos três GPs da temporada passada, a Marussia poderá ser salva à última hora e ainda marcar presença na temporada 2015.

Leilão cancelado

O primeiro indício foi o anúncio de que um novo leilão, que deveria acontecer hoje e que incluiria os monolugares de 2014 com que a equipa deverá apresentar-se no primeiro GP de 2015 (segundo autorização da FIA), em Melbourne, foi cancelado. A administração da equipa esclareceu que o cancelamento “permitirá que as negociações continuem com uma terceira parte interessada”. John Booth, director da equipa, revelou que a sua esperança no acordo com o novo investidor é “bastante elevada”.

Será Gene Haas o investidor mistério?

Nas últimas horas, várias publicações do sector automóvel têm avançado a possibilidade do investidor mistério da Marussia ser Gene Haas, que em 2016 terá a sua própria equipa a correr na F1. De facto, o norte-americano de 62 anos adquiriu já diverso equipamento da Marussia nos anteriores leilões da marca, e há rumores de que terá igualmente comprado a base da equipa em Banbury (Reino Unido).

As razões do norte-americano, que actualmente é co-proprietário de uma equipa de NASCAR, seriam o facto de poder contar desde já com um staff experiente na F1, assim como de dispor da temporada de 2015 para ganhar entendimento e rotinas sobre a categoria, ainda sem a pressão de correr sob a designação Haas F1 Team.

Marussia com trunfo de 43 milhões de euros na manga

A Marussia, apesar das dívidas no valor de cerca de 40 milhões de euros, oferece a um potencial investidor um atractivo factor: caso se apresente para correr em Melbourne, a 15 de Março, receberá da Formula One Management aproximadamente 43 milhões de euros, o prize-money de 2014 que lhe é devido graças aos pontos conquistados por Jules Bianchi no último GP do Mónaco, que colocou a Marussia no 9º lugar por equipas no final da temporada.

A somar a tudo isto, Haas deverá contar também com o apoio e interesse da Ferrari caso decida avançar com a compra da Marussia. Isto porque os italianos são fornecedores de unidades motrizes da equipa (serão também fornecedores e patrocinadores da equipa de Haas), e pelo facto de ser a Ferrari o maior credor da Marussia, que deve a Maranello perto de 25 milhões de euros.

Com os seus monolugares parados e embalados em Abu Dhabi, seria fácil para Gene Haas colocar a Marussia na grelha australiana no próximo mês de Março, sendo expectável que a FIA não crie entraves ao gesto, depois de ter assumido o compromisso de deixar Marussia e Caterham competirem em 2015 com os seus monolugares de 2014, fora de regulamento, se isso ajudasse as duas equipas a manter-se em competição.