Face à riqueza de orçamento e soluções nos plantéis de Chelsea e Manchester City são raras as ocasiões em que ambos se encontram limitados em termos de alternativas para um jogo da Premier League. Mais raro ainda será essa situação suceder com ambos os gigantes ingleses… e precisamente num confronto entre ambos que poderia ser determinante na luta pelo título.

Assim decorreu este choque de titãs em Stamford Bridge - se os londrinos se encontravam privados de figuras como Cesc Fabregas, Diego Costa e Filipe Luís, assim como André Schurrle, negociado para o Wolfsburg, e Mohamed Salah, emprestado à Fiorentina, dois negócios directamente ligados à contratação de Juan Cuadrado, o adversário proveniente de Manchester não se apresentava muito menos limitado.

O City não podia também contar com Samir Nari e os marfinenses Yaya Touré e Wilfried Bony que este Domingo disputam os quartos-de-final da CAN. Duas equipas francamente desfalcadas, portanto, o que abria ainda mais os focos de interesse sobre o encontro para além do facto de colocar em confronto os dois candidatos ao título da Premiership deste ano em casa do líder Chelsea.

Foi importante para o Chelsea entrar a ganhar, cortesia da parceria Hazard/Remy

De ’vento em popa’ na Champions, prova na qual afastou precisamente no palco que recebia este jogo o Sporting, remetido assim para a Liga Europa, apurado para a final da Carling Cup e na frente da classificação da Premier League, o Chelsea empurrava a pressão que estava assim toda do lado dos ‘citizens’, também bem vivos ainda na Liga dos Campeões mas com um atraso pontual ainda considerável.

Essa foi uma situação que com o decorrer do encontro pareceu difícil de gerir, ainda mais quando foi mesmo o Chelsea quem se adiantou no marcador aos 41 minutos, altura em que Loic Remy provou a José Mourinho ser também um goleador a ter em conta ao aproveitar a solicitação de Eden Hazard proveniente da ala esquerda.

A resposta do City foi porém imediata, e de atitude, ou melhor, de falta dela, não poderá ser acusada a equipa ’sky blue’, que quatro minutos depois logrou atingir a igualdade numa jogada culminada num remate cruzado de Kun Aguero confirmado em golo por David Silva já perto da baliza dos londrinos.

Reposta a igualdade, o segundo tempo chegava sem que o Chelsea tivesse a hipótese de poder impulsionar-se sobre o ataque visto ter apenas como unidades de área o titular Rémy e no banco de suplentes o veterano Didier Drogba. Fariam falta jogadores como Samuel Eto’o, com quem Mourinho se terá incompatibilizado, ou Demba Ba, que deixaram o plantel no início da época…

Londrinos correram um grande risco ao qual responderam com mais inteligência que o City

As lesões, castigos e negócios de Janeiro levaram a que o treinador português, seus pares e Direcção ‘blue’ tenham incorrido num risco enorme, o de enfrentar o maior rival defendendo uma vantagem pontual de cinco pontos com a sua estrutura enfraquecida, pois no banco para além de Drogba e Gary Cahill apenas restavam… meninos, embora todos eles de grande qualidade.

Um dos mais promissores, Ruben Loftus-Cheek, teve mesmo a sua oportunidade de alinhar num jogo de tamanha monta depois de já ter tido essa hipótese precisamente ante o Sporting, outros como o polivalente Nathan Aké tiveram mesmo de esperar, mas a esse risco Mou respondeu com uma exibição consciente da sua equipa que sabia que o mais importante era não perder, mantendo assim a vantagem, e não arriscar demasiado a vitória sob pena de relançar o Campeonato.

Cheek é esperança no horizonte «blue»

Desta forma, apesar das limitações o Chelsea soube resistir com astúcia, segurando mesmo o empate final, penalizando assim um City obrigado a ganhar que não foi capaz de o fazer e por essa razão não depende de si para revalidar o título, necessitando de aguardar pelo menos por uma escorregadela alheia sem ter a possibilidade de o fazer.