Nas antevisões dos grandes jogos de futebol que suscitam sempre grandes rivalidades salientam-se factores que possam ser alvo de comparação entre ambas as equipas. O preço do plantel, os jogadores mais influentes, os jogadores portugueses ou estrangeiros, a média de idades, entre outros, que permitem perceber quem parte em vantagem, teoricamente, quando os onze jogadores entram em campo.

Esta questão da média de idades é de facto muito importante no que toca à experiência e calculismo em ambientes de extrema pressão como são estes Clássicos entre o Sporting e o Benfica. É várias vezes referido que a média de idades do Sporting é baixa devido à quantidade de jovens que utiliza comparativamente com o Benfica ou mesmo o Porto. Uma diferença absimal quando comparamos esta média de idades é no centro da defesa de ambas as equipas. Numa posição de controlo e de soberania em campo, as equipas diferem no que toca à veterania nestes ambientes de rivalidade.

Paulo Oliveira e Tobias Figueiredo: os estreantes

Não foi fácil o Sporting unir estes dois jovens de enorme talento no centro da defesa. No prínicpio da época coube a Maurício e Naby Saar assumir a titularidade do centro da defesa mas rápido se percebeu que Paulo Oliveira, que tinha chegado do Vitória de Guimarães, ia roubar a titularidade do intermitente Saar. Por outro lado, o jovem da equipa B, Tobias Figueiredo, apoderou-se do lugar do "chefe" da defesa leonina, Maurício, quando este ficou castigado. O brasileiro foi transferido para a Lázio e Tobias agarrou a titularidade que só será ameaçada com a recém chegada de Ewerton. Ambos têm feito exibições sólidas que valem a confiança de Marco Silva.

Normalmente pede-se que pelo menos um jogador do centro da defesa tenha mais experiência para conseguir orientar o outro nas marcações e posições defensivas. No entanto, o Sporting não tem esse jogador experiente e isso não parece ser problema para Marco Silva. Paulo Olveira com 23 anos e Tobias Figueiredo com 21 parecem ser a alma daquilo que tem sido o Sporting, apostar em jogadores jovens mesmo que não sejam provenientes da formação leonina. Nos jogos que actuaram juntos, que até agora foram 4, o Sporting sofreu 3 golos, dois contra o Rio Ave e um frente ao Arouca.

A velocidade, a grande capacidade técnica, a garra e qualidade com que saem a jogar são ingredientes desta dupla de defesas que podem efectivamente vir a ser o futuro da Seleção Portuguesa. De realçar ainda que Paulo Oliveira e Tobias vão estrear-se no domingo em jogos frente ao Benfica o que revela a pouca veterania de ambos os jogadores dos leões.

Luisão e Jardel: o peso da experiência

Comecemos a comparação salientando um dado interessante que já foi analisado por outros meios de comunicação. Luisão, o actual capitão do Benfica, chegou ao clube da Luz em 2003 quando Tobias tinha apenas 9 anos e Paulo Oliveira 11. Curioso? De certa forma dá para começar a explicar o porquê deste artigo e de toda esta comparação. Recuando até ao princípio da época, o Benfica tinha acabado de ficar privado de um dos melhores centrais do mundo: Garay. Comprou César, regressou Lisandro e ficaram Jardel e Luisão que são neste momento os titulares. Se Luisão é o patrão, ao seu lado ninguém joga mal e por isso Jardel tem cumprido na perfeição as suas funções.

Raramente dão erros e estão perfeitamente coordenados. Apesar de Jardel não ser um titular há anos, já tem algum tempo de àguia ao peito e sempre funcionou como um "homem dos sete ofícios" que desempenha exemplarmente o seu papel em campo. Por sua vez, Luisão é o veterano destas rivalidades com o Sporting: já deu um título ao Benfica marcando um golo ao Sporting, já sofreu maldades de Liedson, já eliminou os leões da Taça, já assumiu imensas vezes a braçadeira de capitão em Clássicos, já levou um túnel de Paíto... Enfim, uma enorme panóplia de acontecimentos que permitem a Luisão conhecer o ambiente e o que precisam jogos destes contra o Sporting. A estabilidade e experiência desta dupla faz com que o Benfica apenas tenha sofrido 8 golos em 19 jogos disputados na Liga Portuguesa.

Idade à parte...

Apesar de ser um bom factor de comparação principalmente nesta zona do terreno devido ao conhecimento de jogo que é preciso ter, isto são apenas dados curiosos que permitem estabelecer uma diferença entre ambas as equipas. No momento da verdade, quando às 20:00 no Domingo ambas as equipas entrarem no relvado de Alvadade, as idades e experiências são deixados fora das quatro linhas e o que passa a interessar são aqueles 90 minutos.

Paulo Oliveira e Tobias vão ter a díficil tarefa de travar os goleadores Jonas e Lima que têm marcado bastantes golos nos últimos jogos. A juventude neste caso apenas pode ser sinónimo de garra e ambição de travar os dois avançados do Benfica. Do outro lado do campo, Luisão e Jardel encontrarão o irrequieto Fredy Montero e, constantemente, Carrillo e Nani que irão aparecer no apoio ao colombiano. Só no fim do jogo é que se poderá afirmar se a experiência ou juventude tiveram algum tipo de influência.