Chegou ao Benfica em Janeiro de 2011, reforçando o eixo da defesa após dar nas vistas no Olhanense - a sua chegada à Luz parecia condenada à condição de eterno suplente mas Jardel, abnegado trabalhador na sombra, soube esperar a sua oportunidade de ouro. Jogador esforçado, competente e fiável, Jardel esperou, por entre titularidades pontuais mas eficientes, a época da final afirmação. Esta foi a época.

Aos 28 anos, o central brasileiro de 1,92 metros pegou finalmente de estaca no onze de Jorge Jesus, após a saída do titularíssimo argentino Garay. Suplente de qualidade, opção secundária da Luz durante três temporadas e meia, Jardel ganhou em 2014/2015 um lugar ao sol, convencendo Jesus a deixá-lo na «pole position» na corrida pelo lugar de parceiro do capitão Luisão - à frente de Lisandro López e César.

Habituado a pisar os relvados e a ser chamado para apagar os fogos do eixo da defesa encarnada, Jardel foi ganhando, ano após ano, experiência de alto nível, batendo-se contra grandes equipas e aperfeiçoando as suas capacidades - sem ser deslumbrante, o central foi subindo de patamar e é hoje um elemento importante no onze encarnado, dada a sua experiência, combatividade e conhecimento do funcionamento da zona retaguarda do Benfica.

Sem estar ao nível de Luisão, David Luiz ou Garay, o brasileiro humilde graceja agora do protagonismo que buscou, arduamente, durante toda a sua estadia no Benfica. Se antes jogava para compensar as ausências dos titulares, agora Jardel veste, pela primeira vez, o papel de titular indiscutível na estratégia de Jorge Jesus - o golo contra o Sporting, valioso e quase milagroso, premeia o esforço ininterrupto do gigante de Florianópolis.