No jogo que abriu a jornada 21 da Liga NOS, jornada esta que se carateriza por ser a primeira em mais de 2 meses que se iniciava com uma diferença entre primeiro e segundo classificados inferior a 6 pontos, o FC Porto cumpriu o seu papel e pressiona o Benfica de JorgE Jesus que não pode agora escorregar, sob pena de ver a sua liderança segura por um fio.

No que ao jogo propriamente dito diz respeito e, olhando primeiro para o 11 dos azuis-e-brancos, havia duas notas que convinha realçar à partida: a solidificação da dupla de centrais Maicon-Marcano que relegaram Martins Indi para o banco pelo terceiro jogo consecutivo, e a substituição de Tello, um jogador que alterna momentos de grande classe com outros que roçam a indolência e o egoísmo exagerado, por Brahimi, o argelino regressado da CAN que já conquistou o seu espaço como um dos favoritos das bancadas do Dragão e um dos mais virtuosos jogadores do futebol português. 

Do lado do Vitória de Guimarães, o grande desafio dos vimaranenses passava pela forma como Rui Vitória, no pior momento de uma excelente temporada, contornaria a ausência por castigo de André André, o mais influente dos homens de meio campo vitoriano. A solução ao problema passou por Cafú e Bouba Saré, os dois homens que disputam a posição 6 no plantel do Vitória de Guimarães, que formaram um duplo-pivot defensivo no meio-campo agressivo (por vezes em demasia) e que procurava contrariar os movimentos ofensivos já bem conhecidos de Herrera e a qualidade de condução e circulação de bola oferecidas por Óliver.

Nota ainda para a incusão de Jonathan Álvez no 11 inicial, o ponta-de-lança uruguaio (segundo melhor marcador da equipa no campeonato a par de Bernard) que mostrou hoje qualidade e trabalho que lhe justificam mais minutos no futuro depois de ter perdido o seu lugar na equipa devido a lesão.

Boa primeira parte do FC Porto e Brahimi a resolver

Durante os primeiros 15 minutos o FC Porto atravessou, talvez, o seu melhor momento no jogo com muita capacidade para recuperar a boa muito rapidamente (Casemiro apareceu a fazer uma das melhores exibições e mais contidas no que à agressividade diz respeito apesar de não ter evitado o amarelo da praxe) mas as verdadeiras oportunidades de golo só surgiram devido a erros individuais como um de João Afonso que inicialmente acusou alguma intranquilidade.

Ultrapassado esse momento, o jogo foi perdendo alguma intensidade sempre com o FC Porto mais controlador mas, curiosamente, foi aos 30 minutos que Brahimi inaugurou o marcador depois de boa assistência de Óliver. Até ao intervalo o FC Porto manteve a toada dominadora e seria preciso um Vitória de Guimarães diferente na segunda parte para evitar a derrota no Dragão

Rúben Neves traz a tranquilidade de volta

Apesar de nenhum dos treinadores ter mexido ao intervalo, notava-se um Vitória de Guimarães mais subido na segunda parte e o FC Porto parecia incapaz de contrariar os comandados de Rui Vitória atravessando, até aos 65 minutos, a pior fase no encontro. Nesse momento Lopetegui operou uma dupla alteração na equipa lançando Tello para o lugar de Brahimi, ele que apesar da boa exibição acusava já algumas debilidades físicas naturais para quem acaba de regressar da CAN, e Rúben Neves para o lugar de Herrera. Com esta segunda alteração o treinador basco procurava garantir um jogo mais tranquilo e seguro e os seus intentos foram cumpridos na perfeição. Boa entrada do médio português que mostra mais uma vez uma maturidade muito assinalável para quem tem 17 anos.

Até final, apesar de Rui Vitória ter alargado a frente de ataque com as entradas de Gui, que substituira o desinspirado Sami, e Tomané, que ocupou o lugar do extremo Alex (a outra alteração foi a substituição de Bouba Saré por Nassim Zitouni, um médio com outra capacidade ofensiva), o FC Porto não passou por grandes sobressaltos e estreou Hernâni que, em apenas cerca de 10 minutos, teve uma boa ocasião para marcar quando, já nos descontos, respondeu de cabeça a um bom cruzamento de Tello, obrigando Assis a uma boa defesa.

Contas feitas, o FC Porto ultrapassa o primeiro de uma série de seis jogos que se adivinham muito complicados (faltam ainda os dois jogos da eliminatória da Champions contra o Basileia, o derby da invicta no Bessa, a deslocação a Braga e a receção ao Sporting) mas sabe que, para a próxima jornada no Bessa, não contará com os esta noite amarelados Alex Sandro, Danilo e Casemiro. O Vitória de Guimarães confirma o mau momento que vem atravessando desde o início da segunda volta (dois empates que foram seguidos de duas derrotas é a segunda volta dos vimaranenses até agora). 

Os próximos tempos adivinham-se absolutamente decisivos para os lados da invicta já que o FC Porto quarta-feira regressa à Liga dos Campeões, o palco onde melhor se tem exibido esta época sabendo que, na fase a eliminar, a grande prestação na fase de grupos nada garante aos dragões. O Campeonato continua vivo mas numa fase em que os azuis-e-brancos não podem falhar, chega a prova milionária que dividirá agora a concentração do plantel do FC Porto e testerará a capacidade competitiva dos dragões que não abdicam de nenhuma das provas.