Desde que o Sporting decretou o fim do «blackout», não mais os Leões foram felizes dentro de campo; se durante o mês e meio de silêncio (decretado no seguimento da polémica novela em torno da tentativa de despedimento de Marco Silva) o Sporting vencia abundantemente, após o fim do «blackout» os maus resultados bateram à porta.

Apesar de mera coincidência, não deixa de ser curioso que, enquanto o turbulento e inegável momento acintoso entre Bruno de Carvalho e Marco Silva durou, a equipa leonina, tranquila, tenha vencido os seus jogos; Bruno de Carvalho recuou na intenção de despedir o técnico, mas o proteccionismo silencioso continuou, e, o Sporting, continuou também a ganhar.

Mas, mal o silêncio foi interrompido, foi também interrompida a série de vitórias leoninas. Logo no dia seguinte, contra o Benfica, Alvalade viu Jardel gelar o ambiente com um golo tardio; depois da sorte de Jardel, veio a sorte de Mané, que impediu uma derrota no Restelo, uma semana depois; e, na passada Quinta-feira, uma derrota (ainda que natural) às mãos do poderoso Wolfsburgo.

Os três resultados negativos valem bem mais que meros pontos perdidos. O empate no «derby» contra o Benfica desmotivou o mundo sportinguista, que tão perto esteve de retornar com credibilidade à luta pelo campeonato; o empate no outro «derby» lisboeta, frente ao Belenenses, fez o Sporting descolar quase irremediavelmente da luta pela prova. Já a derrota na Alemanha, encaminha o Leão para fora das competições europeias.

Hoje, contra o Gil Vicente, o Leão está obrigado a ganhar - entalado pela pressão dos rivais (que fogem na classificação) e do perseguidor SC Braga, o Sporting tem de sacudir a pressão da obrigação de vencer e recuperar a tranquilidade de jogo que demonstrou quando, apesar de no campo não transparecer, a sua casa estava em chamas.