O Boavista abriu as portas do estádio do Bessa ao Porto para a última partida da 22ª jornada do Campeonato. Com as ausências complicadas de Danilo e Alex Sandro, ambos castigados, os pupilos de Lopetegui encontraram dificuldades inesperadas frente ao 13º classificado da tabela, permanecendo o empate a 0 até ao minuto 78. Mas os dragões acabaram mesmo por ser mais fortes, vencendo a partida com 2 golos de Jackson e Brahimi.

1ª parte: destaque pertence aos axadrezados

A entrada do Porto no jogo foi forte, dominando territorialmente desde os minutos iniciais e procurando desde cedo construir jogadas ofensivas. Ainda assim, o Boavista desde logo mostrou que não estava a jogar para perder, não se deixando intimidar e revelando uma atitude motivada, lutando pela bola com muita garra. De facto, o desenho táctico do Boavista apresentava-se extremamente eficaz a bloquear Quaresma, Hernâni e Quintero, cortando consequentemente os ataques do Porto e impedido Jackson de levar a cabo os seus lances habitualmente perigosos. Neste panorama, denotava-se nos quarto de hora inicial um domínio do Porto que, ainda assim, não conseguia criar grande perigo ao Boavista.

O primeiro remate à baliza do Porto acabou mesmo por surgir aos 17 minutos, protagonizado por Jackson, mas foi uma ténue tentativa que não causou dificuldades ao guardião axadrezado. O primeiro verdadeiramente perigoso surgiu só à passagem do minuto 20, quando Quintero causou dificuldades a Mika que, ainda assim, conseguiu impedir a vantagem dos azuis e brancos. Desde então que o Porto não foi capaz de criar muitas hipóteses extremamente perigosas – o Boavista conseguia tapar os espaços aos médios portistas com sucesso o que, aliado ao carecimento de entendimento entre os 3, não dava tempo nem oportunidade a Jackson para levar a cabo as suas tentativas mortíferas.

Só aos 36 minutos é que o Porto voltou a assustar Mika quando Jackson Martínez levava a cabo uma boa jogada, sendo a única alternativa dos defesas axadrezados parar o jogador em falta. Foi Quintero quem cobrou o livre, com força, mas faltou a precisão necessária e a bola acabou mesmo por sair ao lado. Pouco depois, aos 40’, Quintero e Quaresma levavam a cabo uma boa jogada coletiva, mas faltou Jackson na área para finalizar – aqui, o mérito atribui-se aos comandados de Petit, que se demonstravam muito concisos e sólidos na defesa. 

Foi mesmo apenas aos 43’ que surgiu o lance mais perigoso da partida, favorável ao Porto, quando Quintero avançou pela direita e passou para Jackson que, frente a frente com Mika, desperdiçou a melhor oportunidade para os azuis e brancos de forma escandalosa. Ao fim dos 45 minutos, o empate apresentava-se como o resultado justo visto que, apesar de o Boavista não se mostrar muito forte ofensivamente, conseguia com sucesso fazer imperar uma táctica e postura de excelência, travando a tendência ofensiva do Porto.

2ª parte: o domínio portista não deu hipótese

A entrada do Porto na 2ª parte foi semelhante à primeira, contudo já se podia reconhecer o espírito goleador e vencedor dos dragões, que começaram muito pressionantes – no primeiro minuto, já Quaresma tentava abalar as redes de Mika. Poucos minutos depois, o português voltava a destacar-se quando, após fintar dois adversários, se viu frente a frente com Mika, falhando a pontaria que fez o esférico passar perto do poste direito da baliza da casa. O Porto começava a ameaçar com mais consistência e subia as linhas, procurando brechas na defesa axadrezada para chegar à vantagem. Talvez motivado pela garra do adversário, o próprio Boavista começou a jogar numa dinâmica mais ofensiva, sobretudo baseada no contra-ataque face à crescente veia ofensiva dos dragões. Ainda assim, os da casa não se deixaram desleixar na defesa, continuando a mostrar-se concisos e eficazes a nível coletivo.

Foi à passagem do minuto 70 que a melhor oportunidade do Boavista surgiu, revelando esta melhoria ofensiva que se vinha a verificar desde o início do segundo bloco de jogo. Brito era quem estava em destaque, rematando em força para uma boa defesa de Fabiano, crucial para a manutenção do empate. O Porto não se deixou assustar e poucos minutos depois chegava mesmo o golo dos visitantes, que surgiu num momento crucial do jogo – Tello surgia sozinho na esquerda e assitiu Jackson com perícia onde, numa confusão que não se apresentava fácil, o colombiano acabou mesmo por fazer o gosto ao pé e inaugurar o marcador. Contrariamente ao esperado, o Boavista não se deixou abalar e tentou reagir, procurando a igualdade e a criação de oportunidades para a atingir.

Esta busca não foi, no entanto, suficiente, e o Porto acabou mesmo por chegar ao segundo da partida – Tello assistia de novo, desta vez Brahimi que não hesitou em rematar em força, batendo Mika que nada poderia ter feito. Com o minuto 87 ultrapassado, as chances do Boavista recuperar eram remotas, e o resultado acabou mesmo por não mais se alterar.

O 0-2 parece de facto um resultado exagerado, visto que o Boavista se mostrou dedicado e taticamente muito forte, tudo fazendo para ao menos atingir o empate. Contudo, a força vencedora do Porto não deu hipóteses aos pupilos de Petit, que acabam mesmo esta jornada sem conquistar qualquer ponto. O Porto, por outro lado, sai satisfeito do Bessa ao conquistar os cruciais 3 pontos que lhe permitem manter a proximidade do Benfica, bem como preservar a distância de 5 pontos do Sporting, 3º classificado.

Contas feitas, o Boavista permanece na 13ª posição, com os mesmos 21 pontos. Já o Porto conta agora com 52 pontos, mantendo-se no 2º lugar da tabela e continuando a sonhar com o primeiro lugar – basta aproveitar um desaire do campeão em título e, quem sabe, chegar ao aspirado topo da tabela classificativa.

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