Ontem, quando Brych apitou para o começo das hostilidades no Etihad Stadium, poucos previam que o Barcelona impusesse, tão rapidamente, um domínio cabal e inequívoco sobre o campeão inglês Manchester City. Mas, de facto, os primeiros minutos revelaram um Barcelona irredutível na sua postura: senhorial, intenso, confiante e autoritário dentro das quatro linhas. Com o seu veloz «tiki-taka» e um tridente ofensivo dos diabos, os «blaugrana» pegaram no jogo e raramente deixaram os «Citizens» respirar.

No seu 4-3-3 feito de posse de bola rápida, intuitiva, em torno de constantes movimentações apoiadas, passes curtos e perfeitos «timings» de rasgo táctico (diagonais repetidas, com e sem bola, por parte de Neymar, Messi e Suárez), o Barcelona foi carcomendo a atenção das marcações do Manchester City, frágil no seu meio-campo sem o pendular industrioso Yaya Touré (coração e cérebro da equipa) e com uma dupla de médios James Milner/Fernando, que nunca soube segurar as pontas do 4-2-3-1 de Pellegrini.

A capacidade de romper pelo meio, com sobreposições tácticas que inundavam a zona frontal da área, foi fustigando e debilitando as marcações defensivas do City e o golo acabou por surgir. Suárez já ameaçara mas aos 16 minutos, a passe cruzado de Messi, inaugurou, com sorte à mistura, o marcador. Kompany falhou a intercepção e o internacional uruguaio fez o belga pagar com juros. O 2-0 chegou à meia-hora, após novo desenvolvimento táctico pelo miolo, com consequente derivação para o flanco esquerdo - Messi fintou e abriu para Alba, Alba assistou Suárez, que, oportuno, aumentou a vantagem.

Já com Wilfried Bony em campo, o Manchester City ganhou alento ao reduzir para 1-2, por intermédio da estrela da formação, Sergio Aguero, que apontou, ao minuto 69, o seu sexto golo na presente edição da Liga dos Campeões. Apesar da reacção dos «Citizens», foi a equipa de Luis Enrique a controlar os cartuchos finais do encontro, dispondo até, devido a falta de Zabaleta sobre Messi, de uma grande penalidade que poderia ceifar grande parte das esperanças da equipa de Manuel Pellegrini.

Aos 90+3 minutos de jogo (já sem Clichy, expulso aos 74), Messi teve nos pés a possibilidade de decepar as chances dos «Citizens», marcando o terceiro golo no Etihad e obrigando o Manchester City a marcar três golos em resposta em Camp Nou. Mas o «keeper» Joe Hart adivinhou o remate do argentino e defendeu a vida do seu clube na competição, negando a prematura morte e dando esperança para o segundo embate, na Catalunha. Messi ainda esbocçou uma atabalhoada recarga, mas tal gesto apenas tornou mais embaraçoso o falhanço.

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