A ditadura do favoritismo «Gunner» foi abalada pela grande concentração e eficácia dos pupilos de Leonardo Jardim. Ontem, no Emirates Stadium, em Londres, o «outsider» Mónaco espantou o Arsenal com três cravos monegascos no canhão dos «Gunners», que ontem apenas disparou pólvora seca. Derrota caseira inesperada, ainda para mais pelos números apresentados (1-3).

O reputado e experiente Arsène Wenger defrontava pela primeira vez a equipa que o lançara no mundo dos treinadores famosos (1987-1994), num duelo inédito entre monegascos e arsenalistas. O Arsenal até agarrou o jogo pelo colarinho, encostando a defensiva formação de Jardim às cordas. Mas, habituada a sofrer, a equipa do principado cerrou os dentes e defendeu, esperando a exploração dos espaços deixados pelo Arsenal. Assim foi.

O primeiro golo forasteiro surgiu pelo pé do médio defensivo Kondogbia, que disparou de longe (38 minutos) e agradeceu o desvio involuntário de um adversário - o colombiano Ospina, naturalmente pregado ao relvado, nada pôde fazer. O segundo golo (53 minutos) foi uma ode ao letal e veloz conta-ataque: rápida saída de bola por parte do Mónaco, Martial galgou metros e metros, acabando por assistir, com laço, o ponta-de-lança Berbatov. Com o pobre Ospina pela frente, o búlgaro fuzilou as redes da casa.

Seguiram-se tiros de pólvora seca por parte do Arsenal. Falhanços de Giroud e companhia foram diminuindo as chances de triunfo dos «Gunners», que a cada lance falhado desperdiçavam uma oportunidade para voltar a entrar na discussão da partida. O golo da casa acabou por surgir, aos 90 minutos, através de uma finta do extremo Oxlade-Chamberlain, finalizada com um remate em arco - soberbo. Esperança «gunner»? Nem por isso...

A auto-estrada deixada pela estrutura táctica do Arsenal ainda foi a tempo de ver Ferreira Carrasco ser desmarcado de forma primorosa pelo luso Bernardo Silva. O extremo belga, perante Ospina, disparou de modo cruzado e completou o «score board» com um 1-3 que deixa o Arsenal em maus lençóis. O Mónaco, desfalcado da sua dupla titular de centrais (Raggi e Ricardo Carvalho) deu uma lição de pragmatismo e eficácia onde o talento de João Moutinho foi matéria fundamental.