Force India, Lotus e Sauber reuniram-se com Bernie Ecclestone durante a semana passada, e daí saiu a decisão do "supremo" da F1, em adiantar 10M€ às equipas para estarem presentes no grid do GP da Austrália, a meio do presente mês de Março.

São conhecidos os problemas financeiros das equipas do fundo da tabela, agora que Caterham e Marussia são quase uma miragem no “Grande Circo”. A Force India apresentou-se tarde e em sérias dificuldades nos testes de Inverno, a falta de liquidez na Lotus já tem pelo menos duas épocas, e a Sauber teve mesmo de “vender” a aparência do seu monolugar de 2015 ao patrocinador principal do piloto brasileiro Felipe Nasr para encaixar algum rendimento extra e assim se manter a correr.

Como forma de pressão, este grupo de três equipas colocou em cima da mesa de negociações a eventual falta de comparência ao primeiro GP da época (e provavelmente até ao campeonato chegar à Europa), obrigando Ecclestone a dar resposta e a adiantar cerca de dez milhões de euros. Correm ainda rumores na imprensa internacional de que os fornecedores, alertados pelas insolvências da Marussia e Caterham, querem os pagamentos devidos pelas equipas clientes o mais rápido possível.

A solução improvisada por Ecclestone é prova, porém, de que a F1 continua a não querer encarar os problemas de forma séria. No mesmo ano a F1 perdeu duas equipas, e embora a antiga Marussia (agora Manor) esteja a fazer todos os possiveis para estar na primeira corrida em Melbourne, nunca terá condições para ser minimamente competitiva. Esta situação já deveria fazer soar os alarmes no paddock, mas parece que a vontade dominante (de Ecclestone e das grandes equipas presentes no Grupo de Estratégia) tornar a F1 cada vez mais elitista, mantendo apenas meia dúzia de equipas no grid.

Resta saber até quando a FIA e a FOM vão continuar a ignorar este problema e até quando as equipas grandes vão continuar a bloquear e dificultar a resolução do mesmo, por exemplo vetando insistentemente as propostas de tectos orçamentais. A falta de visão de quem gere os destinos do "Grande Circo" já custou a perda de muitos milhões de telespectadores e, se o rumo for mantido, a sangria pode continuar.