Advinhava-se um jogo de paciência para o Sporting na procura do golo durante toda a partida visto que os leões, actuais 3º classificados da Liga Portuguesa, iriam defrontar os últimos, o Penafiel, uma presa que se poderia tornar fácil para os jogadores do Sporting que animicamente têm caído de jogo para jogo devido aos resultados menos bons nas variadas competições. 

A entrada do Sporting parecia prometer muito. Logo aos 2 minutos Coelho evita aquele que poderia ser o golo do Nani. Mas não foi preciso muito para começar o frenesim dos primeiros 15 minutos de Alvalade, muito devido à capacidade de pressão alta e criação de oportunidades do triângulo do meio campo leonino constituido por Adrien, William e João Mário que constantemente se viam apoiados nas alas pelos laterais Jefferson e Cédric.

Goleada à vista... até ao vermelho

Tudo estava demasiado fácil para o Sporting. O caminho tenebroso do último mês estava prestes a tornar-se mais nítido nos primeiros 8 minutos de jogo... Num canto extremamente bem marcado pelo brasileiro Jefferson a bola acaba por sobrar para o segundo poste onde estava William Carvalho que sem apelo nem agrado atirou para o fundo das redes do Penafiel. 3 minutos depois, o mesmo Jefferson subiu rapidamente pelo flanco esquerdo, combinou com João Mário e cruzou teleguiadamente para a cabeça do argelino Slimani. Estava feito o 2-0 e começava-se a pedir que o Sporting continuasse com o pé no acelerador. 

Só que novamente o Sporting, por culpa própria não conseguiu ficar na mesma linha do que estava a fazer. Com dois passes arriscados, primeiro Adrien e depois Slimani, Guedes acaba por ficar isolado e o jovem central leonino Tobias Figueiredo vai com tudo às pernas do jogador do Penafiel, o que lhe valeu a expulsão imediata e sem contestação. Era mais um dos muitos contratempos que os leões têm criado a si próprios. 

Para piorar a situação, no livre imediatamente a seguir ao lance da expulsão, Braga bate forte e rasteiro traindo a barreira e o guarda redes do Sporting, reduzindo assim a vantagem leonina. 

Jogada de banco

Perante tudo o que se passava em campo, Marco Silva colocou o reforço de Inverno, Ewerton, no aquecimento mas para surpresa recuou William para central e jogou com Adrien e João Mário lado a lado no meio campo do Sporting. Do outro lado, Rui Quinta soube ler melhor o caminho para o qual o jogo tendia. Retirou Nélson e colocou Vitor Bruno, recuando Quiñones que tapou completamente qualquer repentina investida do extremo Carlos Mané. Depois colocou João Martins em campo para dar estabilidade e criatividade ao meio campo do Penafiel que já tinha como grande opositor o "tampão" do Sporitng William Carvalho. 

Foi neste jogo de estratégia que caminhávamos para intervalo. O Sporting ligeiramente mais mandão no jogo mas com o Penafiel a tentar aproveitar a superioridade numérica e os deslizes que esta situação poderia provocar na organização defensiva dos leões. Foi assim que já perto do intervalo, numa subida de Quiñones, sem oposição, a bola sobra para o interior da área depois de um corte deficiente de Paulo Oliveira e o recém entrado Vitor Bruno fez o empate no jogo

«Lá vai o Nani...»

No regresso dos balneários, Marco Silva optou por colocar Ewerton em campo devolvendo estabilidade ao meio campo leonino, com o avanço de William para a sua posição natural. Adrien em clara quebra produtiva não conseguia cobrir os espaços criados pelo Penafiel tão eficazmente como William e os passes também não lhe estavam a sair da melhor forma, o que ditou a sua saída de campo. Assim, Marco Silva conseguiu equilibrar as coisas e não dar tanto espaço para o Penafiel sair para o ataque. 

Apesar de estar a jogar com 10, o Sporting conseguiu procurar o golo da vantagem que no príncipio do jogo parecia garantadíssima. William conseguiu devolver capacidade de passe, ajudando assim João Mário a libertar-se mais de modo a criar oportunidades quer para Nani (muito agarrado à bola) e Carrillo (recém entrado) explodirem nas alas. E foi assim, numa combinação entre ambos que o Sporting chegou ao 3-2. Carrillo na direita cruza a bola para a área onde Nani aparece para marcar um belo golo de cabeça. 

Passados poucos minutos, era expectável uma reação do Penafiel que na segunda parte teimava em não aparecer. Contudo, o protagonista foi o árbitro que com o critério bastante apertado expulsou dois jogadores do Penafiel por duplo amarelo, o que não permitiu o último suspiro da equipa de Rui Quinta. Mas no último minuto, Alvalade não se livrou de mais um susto. Bruninho numa jogada confusa depois de um livre aparece sozinho na cara de Rui Patrício. Para alívio dos sportinguistas, o guarda-redes segurou a bola e garantiu uma preciosa vitória para o Sporting.