José Mourinho partiu para o jogo desta noite com a ambição de conquistar a 10ª presença nos quartos de final da Liga dos Campeões. Porém, os pupilos de Laurent Blanc demonstraram uma união aliada a um grande espirito de sacrificio que conseguiu levar a melhor sobre o desenho tático do treinador português.

A primeira parte do encontro foi bastante equilibrada. Ambas as equipas anularam-se, não existindo nenhum lance ofensivo que merecesse particular destaque. Contudo, no que diz respeito à ação disciplinar, o juíz da partida Björn Kuipers não teve a sua tarefa facilitada tendo mesmo que expulsar há meia hora de jogo aquele que é considerado um dos melhores avançados do mundo, Zlatan Ibrahimovic. A expulsão do internacional sueco foi o reflexo de uma primeira parte muito disputada fisicamente que em nada contribuiu para o espectáculo caracteristico deste tipo de jogos.

Vermelho a Zlatan (Foto: ACTION IMAGES via Reuters/John Sibey

Na segunda metade do encontro ambas as equipas entraram determinadas. O Chelsea à procura do golo que poderia trazer alguma tranquilidade e o PSG na expetativa de conseguir, mesmo com menos um jogador, um golo que os colocasse numa posição vantajosa na eliminatória. A desvantagem numérica dos parisienses permitiu um maior dinamismo no jogo do Chelsea que conseguiu chegar ao golo aos 81 minutos por intermédio de Gary Cahill. Depois da cobrança de um canto a favor da equipa da casa, os jogadores da equipa francesa não conseguiram afastar o esférico da sua área e Cahill, oportuno, fez o primeiro golo do jogo. Mas a vantagem dos londrinos foi de pouca dura. David Luiz, ex jogador dos Blues, apareceu determinado na área do Chelsea e cabeceou de forma exemplar para o fundo da baliza de Thibaut Courtois. Um empate merecido visto que a equipa de Paris foi a que mais procurou o golo durante a segunda parte da partida.

O empate a uma bola conduziu as equipas para trinta minutos de prolongamento. Thiago Silva, capitão da equipa parisiense e da seleção brasileira esteve em particular destaque pelos piores mas também pelos melhores motivos. Aos 95 minutos o árbitro holandês assinalou um pénalti depois de uma mão do central brasileiro. Na conversão da grande penalidade, o extremo belga Eden Hazard bateu calmamente Sirigu e fez o 2-1 para a equipa da casa. Contudo, quando todos esperavam o apuramento do Chelsea, o herói improvável Thiago Silva corresponde da melhor maneira ao cruzamento de Thiago Motta e empata o encontro. Estava feito o 2-2, resultado que foi suficiente para afastar a equipa orientada por José Mourinho da Liga milionária.

Desta forma, a equipa orientada por Laurent Blanc junta-se a equipas como Real Madrid, Porto e Bayern de Munique que também já se encontram apuradas para os quartos de final da competição mais ambicionada pelas grandes equipas europeias.

David Luiz festeja naquela que já foi a sua casa

Festejos de David Luiz após o golo que empatou o encontro (FOTO: AP)

No final do encontro o defesa central brasileiro afirmou: «Estou muito feliz. Foi difícil perder um dos nossos melhores jogadores, no entanto, mostrámos o nosso carácter. Sempre acreditámos que era possível. É uma grande vitória para a cidade de Paris e para o clube.»

De realçar que o jogador que em tempos atuou pelos Blues tinha dito antes da partida que não iria festejar caso conseguisse marcar. Justificou os seus festejos salientando: «Disse que não iria celebrar mas não consegui controlar as emoções. Estou grato ao Chelsea e peço desculpa pelos festejos. O meu ciclo no clube chegou ao fim e todos merecem o meu respeito