Primeira-parte de domínio Benfiquista

A recepção do Benfica ao Braga consituía um teste importante à fibra do Campeão Nacional. A sombra de um Porto cada vez mais forte começava a pairar no futebol português e apenas a vitória podia interessar ao Benfica. Os pupilos de Jorge Jesus não fugiram à responsabilidade e perante o Inferno da Luz realizaram uma primeira parte de alto nível. Com um futebol simples, móvel e atractivo o Benfica conseguiu encostar às cordas o SC Braga durante uma grande parte dos primeiros 45 minutos.

Naturalmente, dado o domínio encarnado, o primeiro golo surgiu aos 21 minutos. Após uma bela triangulação com Lima e Gaitán, Jonas tirou um adversário da frente e disparou, de fora da área, colocado para o poste inferior direito, não dando quaisquer hipóteses ao brasileiro Matheus.

Jonas apontou o seu 10º golo na Liga. (Fonte: SLBenfica.pt)

O Benfica não tirou o pé do acelarador e continuou a tentar dilatar o marcador. Pouco depois do primeiro golo Pizzi, depois de belo entendimento com Salvio, quase que fazia o 2-0, mas Aderlan Santos (um dos melhores do lado dos minhotos) conseguiu tirar a bola em cima da linha de golo.

Depois de uma meia hora avassaladora, em que o Braga apenas conseguiu fazer um remate na direcção de Júlio César, sem qualquer perigo, os Encarnados diminuíram o ritmo de jogo e acabaram os primeiros 45 minutos com uma vantagem mais do que justo, que apenas pecava por ser curta.

Nota também para os ânimos bastante exaltados nos primeiros 45 minutos, tanto dentro como fora das quatro linhas. No entanto, nada que seja uma surpresa nos mais recentos duelos entre estas duas equipas e tendo também em conta a semana escaldante que antecedeu aquele que é um dos novos clássicos do futebol moderno em Portugal.

Outros 45 minutos, mesmo sentido de jogo

No início da segunda parte o Braga conseguiu mostrar um pouco mais do seu futebol. Os Guerreiros pareciam estar a criar mais dificuldades ao Benfica, através de uma pressão alta e de bolas nos corredores para aproveitar a velocidade dos seus extremos mas acabou por se comprovar ser "sol de pouca dura". Para complicar ainda mais a tarefa de Sérgio Conceição, Tiago Gomes foi expulso, por uma entrada infantil, aos 59 minutos. O lateral internacional A, que já tinha um amarelo, deixou Salvio dominar a bola confortavelmente já perto da linha de fundo e depois fez uma falta sem nexo para quem já tinha visto um cartão amarelo na primeira parte.

Com a superioridade numérica o Benfica voltou a controlar a partida e chegou com alguma facilidade ao segundo golo. Depois de dois avisos de Eliseu (uma grande defesa de Matheus e outro remate a passar a centímetro do golo) , o lateral esquerdo disferiu um potente remate que só parou no fundo das redes Minhotas. Decorria o minuto 76 da partida.

A meia distância de Eliseu tem feito a diferença. (Fonte: Zerozero)

Até ao fim da partida o Benfica limitou-se a gerir a posse de bola, sem criar grandes oportunidades de perigo ao ponto que o Braga não conseguiu mais incomodar Júlio César (excepção a um outro remate de Tiba já ao minuto 86). O Benfica garantiu 3 pontos frente a um adversário díficil (em 2 jogos anteriores esta época tinha perdido os 2). Já o Braga mostrou mais uma vez ter dificuldade em utilizar a sua principal arma, o contra-ataque frente aos grandes (já tinha acontecido frente ao Porto) e marca passo na corrida pelo terceiro lugar.

Destaques individuais do Benfica x Braga:

Luisão: O patrão da defesa Benfiquista soma agora mais de 40.000 minutos de Águia ao peito e a sua exibição hoje mostra a importância no plantel.

Jonas: Jogador de toque fino que também é sinónimo de golo. Um jogador claramente acima da média na Liga.

Pizzi/Samaris: A dupla centro-campista tem crescido de jogo para jogo. Inteligentes a desenvolver o futebol ofensivo também primam pelo forte posicionamento defensivo e leitura de jogo.

Matheus: O guarda-redes bracarense está destinado a outros voos. Muito forte tanto dentro e fora dos postes, negou ao Benfica a goleada.

Aderlan Santos: Outro jogador que não deverá permanecer muito mais tempo em Braga. Exibição ao nível da de Matheus, embora menos vistosa.

Pardo: Destaque pela negativa, o Colombiano parecia estar mais interesasdo em picardias com Eliseu do que propriamente em dar o seu contributo à equipa. Falhou muito no apoio defensivo a Baiano e não foi por acaso que os deus golos do Benfica foram criados pelo corredor direito do Braga.