Clássico de cariz decisivo… ou não

Todo o Mundo futebolístico se movimenta de forma diferente sempre que este encontro se aproxima e este fim-de-semana o caso não será diferente, concentrando-se todos os olhares em Espanha, onde decorrerá um sempre apaixonante El Clásico entre Barcelona e Real Madrid, um jogo que é sempre de ‘tripla’ e que neste momento estende essa mesma tripla às consequências do seu resultado final.

‘Canteranos’ do Barça procurarão contrariar o galáctico Real de milhões

Em casa e ainda para mais motivado pela liderança de La Liga e os excelentes resultados ultimamente conseguidos, o Barcelona não poderia entrar para este encontro em melhor altura, exceptuando pelo facto de fisicamente possuir um desgaste maior pelo facto de ao contrário do seu rival ter enfrentado uma exigente eliminatória europeia sem que os elementos habitualmente titulares tenham sido poupados a esse esforço.

No entanto, esse desgaste poderá ter influência… zero neste Barça, que apesar de ter apostado em exclusivo no seu onze base a meio da semana possui mais armas do que aquelas que a crítica normalmente encontra por mérito de La Masia, a sua fantástica academia que torna nesta altura em opções válidas jogadores menos conhecidos da maior parte do público como Rafinha Alcântara (irmão mais novo do valioso Thiago Alcântara) ou Sergi Roberto, que esperam pela sua oportunidade.

Olhando para a qualidade dos jovens formados na ‘cantera’ do clube que se encontram cedidos em outros clubes (o portista Cristian Tello é disso exemplo), nem mesmo a proibição de novas inscrições que a FIFA instituiu parece preocupar este Barça que parece ser auto-suficiente e poderá prová-lo perante o seu rival de sempre, este composto por uma série de galácticos conseguidos através de avultadas transferências.

Para preocupação do Real Madrid, este Barcelona vale muito por Lionel Messi, que se encontra claramente de regresso à forma que o notabilizou, mas representa bem mais do que isso, apresentando outras estrelas em grande momento de forma como Neymar que foi talvez o único futebolista brasileiro a ter conseguido aproveitar o Mundial 2014 para ganhar ‘embalo’ e o respeito do Mundo para agora ser também uma figura de proa e a ter em grande linha de conta.

Luis Suárez, que no mesmo Mundial se destacou pelos melhores e piores motivos mas com qualidade claramente insuspeita, será mais uma possível preocupação a ter em conta. Em resumo, estará frente ao último reduto madrileno um dos mais temíveis trios atacantes do futebol mundial actual.

Para além de Ronaldo, contingente português deverá apresentar também Coentrão na defesa

O trio atacante do Barcelona impõe respeito. No entanto, quem tem Cristiano Ronaldo arrisca-se a ter tudo e é do conhecimento e constatação públicos o voraz apetite da estrela portuguesa por mais e mais golos, o que poderá ser canalizado pelos ‘merengues’ para a obtenção de um triunfo no terreno do seu maior rival que atendendo à classificação actual representaria um fôlego especial na luta pelo título de La Liga.

A paixão que suscita pelo Mundo fora é sintomática em relação à influência que o Bola de Ouro detém dentro da equipa mas também no envolvimento do próprio jogo, mas ainda assim Ronaldo não deverá ser o único português a ter em atenção na equipa do Real, que ao necessitar de manter a compostura a nível defensivo de forma a não soçobrar no terreno do seu maior adversário poderá lançar Fábio Coentrão no lado esquerdo da defesa.

Apesar da espectacularidade de Marcelo no processo ofensivo, Coentrão poderá estar na frente. Plenamente recuperado dos recorrentes problemas físicos que voltaram a apoquentá-lo no Mundial, uma questão admitida pelo próprio no regresso a Portugal e que o obrigou a um mês de paragem, e no decorrer desta época, o esquerdino natural das Caxinas terá também uma oportunidade para brilhar alto, até porque as suas características se adequam na perfeição a este tipo de jogos.

Foi mesmo o próprio Carlo Ancelotti quem reconheceu que Fábio Coentrão não treina ao enorme nível a que joga quando ‘aperta a malha’ como sucederá neste fim-de-semana num encontro que obrigará a uma grande disponibilidade, bem ao gosto do atleta português e mesmo de grande parte dos craques que fazem parte do plantel madrileno que na época passada responderam sempre presente sempre que o momento acusava enorme pressão. Resta saber como será desta vez.

Desta feita, cada um dos resultados pode trazer uma definição diferente a La Liga visto que uma vitória do conjunto catalão catapultá-la-á para uma diferença de quatro pontos que poderá ser inultrapassável tendo em conta a dificuldade para recuperar de tamanha margem, assim como um empate manterá relançada até ao final a disputa do título espanhol este ano. Já a vitória do Real significaria nova mudança de líder e um embalo que normalmente gera os campeões. Suficientemente atractivo?