O Rio Ave entrou na partida à procura de surpreender os homens de Jorge Jesus, apresentando uma defesa subida e a pressionar alto o Benfica com o trio ofensivo formado por Hassan, Del Valle e Zeegelaar a tentar tapar o primeiro momento de construção dos encarnados. E a primeira oportunidade foi mesmo para a equipa da casa: Hassan ganha o lance a Maxi Pereira e Andreas Samaris e consegue rematar, mas fracamente e a bola acaba por morrer nas luvas de Júlio César sem qualquer dificuldade. 

Pouco depois, a estratégia de pressão alta de Pedro Martins cedeu: ainda no meio campo do Benfica, Pizzi assiste magistralmente Salvio, que com suavemente tirou a bola do alcance de Ederson e abre o activo em favor dos homens de Jorge Jesus. 5 minutos, 1-0. 

O Rio Ave sentiu o golo do Benfica, e baixou um pouco a pressão, bem como as suas linhas, mas não tirou foco da baliza adversária, seja em jogo corrido seja de bola parada, sem no entanto conseguir uma situação de golo eminente, seja por intervenção do guarda-redes encarnado, seja por acção da defesa benfiquista. A maior oportunidade chegou mesmo por intermédio de Del Valle, que chegou mesmo a desviar para fundo das redes, mas bem o lance foi bem invalidado por posição irregular do extremo venezuelano. 

Na primeira parte, Pedro Martins defrontou-se ainda com duas contrariedades: lesões potencialmente graves de Hassan e Marcelo, que condenaram o Rio Ave a duas substituições forçadas, chamando a jogo Prince e Ukra.

Na segunda parte, o Rio Ave entrou novamente mais pressionante, mais intenso ao meio-campo, mas o Benfica respondeu na mesma moeda, o que trouxe ao jogo maior combatividade, tornando o jogo mais físico. E foi o Benfica, que mesmo com o jogo  a atravessar uma fase menos técnica, foi criando mais oportunidades, muito por intermédio da subida de Samaris e Pizzi no meio campo, que levou o Benfica a ocupar terrenos mais avançados. Mas o Rio Ave ripostou e num (mais um!) pontapé longo de Ederson, que encontra o recém-entrado Diego Lopes, que envia a bola ao ferro da baliza defendida por Júlio César

Até que aos 70 minutos, penalty para o Rio Ave: livre da direita batido por Ukra, e Tarantini envia cabeceia a bola, que acaba por bater na mão de Samaris. A 11 metros, o jogador formado no Futebol Clube do Porto faz o 1-1. Em resposta ao golo, Jesus faz entrar o Ola John, introduzindo maior profundidade no flanco esquerdo, e resultou: cruzamento do holandês da esquerda para Lima, mas o avançado encarnado a falhar um golo fácil.

Mesmo ao cair do pano, o capitão do Benfica, Luisão, foi obrigado a parar Tiago Pinto em falta e, correctamente, o árbitro Marco Ferreira expulsou o 4 dos encarnados. O jogo partiu-se, e entre os homens em campo destacou-se Diego Lopes, o mais esclarecido da formação vilacondense, que desempenhou um papel decisivo naquilo que a formação de Pedro Martins conseguiu obter: momentos antes do apito final, Del Valle bate Julio César e provoca a reviravolta no marcador, que permitiram ao Rio Ave conquistar 3 preciosos pontos.

O Benfica corre agora o risco de ver o Porto a apenas um ponto de distância, caso azuis-e-brancos vençam na Madeira, o que colocará ainda mais pressão sobre os encarnados na defesa do título de campeão nacional, com particular realce para o embate entre águias e dragões a realizar-se na 30º jornada da Liga NOS.

Do lado do Rio Ave, esta vitória permite aos vilacondenses manter o sonho de perseguição ao Vitória de Guimarães e ao 5º lugar, que lhes permitirá uma qualificação europeia e a possibilidade de se colocar em igualdade pontual com o 6º classificado, Paços de Ferreira, que nesta jornada se desloca ao Bonfim para defrontar o Vitória de Setúbal.