Sporting e Vitória de Guimarães encontraram-se esta noite no estádio de Alvalade, numa partida de grandeza para os verde-e-brancos. Com Miguel Lopes a render o castigado Cédric, bem como com Ewerton a roubar definitivamente a titularidade a Tobias Figueiredo, os leões conseguiram uma recheada vitória de 4 bolas a 1, frente a um Guimarães que foi a Alvalade arriscar – com uma táctica atrevida que colocava Tomané e Sami na frente de ataque, os vimaranenses procuravam maximizar o ataque, mas correram um risco enorme que, no fim de contas, não surtiu o efeito desejado. A isto deve-se a inteligência táctica de Marco Silva e dos seus comandados, que conseguiram dar a volta ao adversário.

Sporting conseguiu a vantagem desde cedo

Ainda que o resultado final não o viesse a refletir, foi mesmo o Vitória de Guimarães que entrou melhor no jogo, registando o primeiro lance da partida logo no primeiro minuto, ainda que sem grande perigo. Um minuto depois os vimaranenses voltavam à área leonina, mas a defesa leonina não teve de agir. Apesar de não causarem perigo, os visitantes deixavam desde cedo um aviso da sua táctica ofensiva, bem como da sua boa entrada na casa do leão. André André e Sami mostravam-se absolutamente fundamentais no papel de surpreender os médios leoninos, mas os efeitos práticos da pressão não se faziam notar.

De facto, a primeira oportunidade de ataque do Sporting surgiu aos 5’, numa reação em contra-ataque após um livre desperdiçado pelo Vitória, mas o árbitro marcou o fora-de-jogo a Slimani. Os da casa mostravam-se lentos e com algumas dificuldades em acompanhar, mas a situação inverteu-se a partir do minuto 14 – do primeiro remate dos leões à baliza resultou mesmo o primeiro golo da partida, ainda que numa altura de supremacia vimaranense. A jogada iniciou-se em Miguel Lopes, que encontrou espaço para recuperar a bola junto à área do adversário, e que rapidamente passou a Carrillo, que não hesitou em cruzar com perícia para João Mário que finalizou de cabeça, numa jogada digna de ponta-de-lança.

Festa leonina (Foto: LUSA/José Sena Goulão)

Este golo foi o virar do jogo para os leões, que comandaram as operações no resto da primeira parte. O flanco composto por Miguel Lopes e Carrillo mostrava-se absolutamente poderoso e demolidor, dotado de uma velocidade estonteante. Ainda que sem grandes oportunidades de destaque nos 15 minutos seguintes, à passagem do minuto 30 o Sporting demonstrava-se mais pressionante, criando mais ocasiões de ataque.

Destaque para Adrien que, aos 33 minutos, disparou em força para a baliza de Douglas, que defendeu para uma perigosa recarga dentro da área que, mais uma vez, o guardião conseguiu impedir. João Mário voltou a tentar e a bola sobrou mesmo para um remate que embateu no cotovelo de Josué, ao que o árbitro não hesitou em assinalar a grande penalidade. Aos 34’ foi Adrien quem converteu, atirando a contar para o 2º dos leões de Alvalade. O Sporting não deixava quaisquer dúvidas quando à sua liderança e supremacia, jogando como queria.

De facto, uma nova prova disso foi quando, aos 45’, Slimani voltou a aumentar a vantagem para a equipa da casa – Miguel Lopes recuperou de novo a bola e assistiu o Argelino, que cabeceou e finalizou de forma espetacular. A primeira parte chegava ao fim com um Sporting mortífero e dominador, que não dava hipóteses ao Guimarães para resistir à inteligência táctica de William e Adrien, a pressionar o descompensado miolo do Vitória.

Segundo bloco mais penoso, mas compensatório

O segundo bloco de jogo foi mais penoso para o Sporting que o primeiro. Ainda que tenha mantido o seu domínio, a equipa de Marco Silva encontrou mais dificuldades do que nos minutos iniciais, vendo-se mesmo a jogar com 10 nos últimos minutos do jogo. Douglas foi uma das personalidades em destaque neste tempo, nomeadamente aos 62’ quando Nani efectuou um bom passe para Carrillo, que tentou dominar a bola mas não levou a melhor sobre Douglas, que antecipou e cortou a tentativa do Sporting. Logo em seguida, foi a vez do Vitória assustar Rui Patrício quando Gui cabeceou em direção às redes da equipa da casa, na melhor oportunidade do Guimarães da partida, para aquela que foi uma excelente defesa do guardião leonino, que esticou a perna de forma a evitar o primeiro do adversário. Poucos minutos depois o Vitória de Guimarães aparecia de novo na área dos leões, desta vez com Paulo Oliveira a impedir o remate do adversário.

Nani liderou equipa no ataque (Foto: LUSA/José Sena Goulão)

Os lances ofensivos do Vitória aumentavam, mas nem por isso o Sporting se deixou dominar. De facto, jogava-se o minuto 74 quando o último reduto do Sporting viu a segunda grande penalidade marcada a seu favor, desta vez causada por Nii Plange que carregou Mané na área antes de o desarmar, ao que Jorge Sousa decidiu assinalar a pena máxima. Nani foi quem converteu e fez o 4º para o Sporting, aumentando a goleada do Sporting que pôs todo o estádio a festejar.

O certo é que não se devem deitar foguetes antes da festa e os leões enfrentaram dificuldades quando aos 81’ Paulo Oliveira viu um 2º cartão amarelo algo forçado, com Jorge Sousa a mostrar o cartão vermelho logo em seguida. Logo no rescaldo da expulsão, o Vitória de Guimarães soube aproveitar e marcou o seu primeiro e único golo aos 83’, na sequência de um livre onde, depois de ressalto, a bola chegou a Kanu que, sem hesitar, fez o gosto ao pé e encostou a bola para dentro da baliza de Rui Patrício. Os restantes minutos seguiram o mesmo panorama, com Ewerton em destaque na marca dos 90’ a impedir Tomané de rematar para as redes de Rui Patrício.

O resultado não sofreu mais alterações e, após 2 minutos de compensação, o árbitro apitou para o 4-1 final. Dos 90 minutos ficava registado um jogo eficiente e bom do Sporting, ainda que com algumas dificuldades mais no fim da partida. Contas feitas, e na sequência da derrota do Porto no passado sábado, os leões ficam mais perto do 2º classificado, Porto, que tem agora 6 pontos de vantagem. O Guimarães, por sua vez, distancia-se do 4º classificado, o Braga, mantendo os mesmos 40 pontos e a 5ª posição da tabela.