Primeira parte de domínio Madridista

Cem mil adeptos blaugrana enchiam as bancadas do Camp Nou para assistirem àquele que é o maior clássico do futebol Mundial. Um ambiente fantástico e fervoroso, à semelhança dos últimos clássicos entre os dois colossos do futebol mundial, que podia decidir uma liga. No início da partida, o Barcelona teve um ligeiro ascendente, como seria de esperar. A equipa Catalã entrou forte no jogo sem no entanto causar situações claras de golo, perante um Real Madrid pouco agressivo nos primeiros dez minutos.

À medida que os Blancos iam sacudindo a pressão inicial, iam também conseguindo desenvolver o seu jogo ofensivo. Aos 12 minutos, Cristiano Ronaldo quase que inaugurava o marcador com o remate de primeira após jogada fantástica de Marcelo e Karim Benzema. Apenas a trave negou o golo ao internacional Português.

A pressão dos campeões Europeus continuou com mais duas situações perigosas através do central Sergio Ramos e do médio criativo Isco. No entanto, e num período de maior domínio do Real Madrid, o Barcelona acabou por chegar ao golo inaugural. Messi bateu um livre para a área e o oportuno gigante Mathieu empurrou a bola para o fundo das redes, após uma evidente falha de marcação de Ramos. Estava inaugurado o marcador em Camp Nou, ainda que contra a corrente do jogo.

Mathieu abriu o marcador frente ao Real Madrid (Fonte: LFP)

Pouco depois, os blaugrana dispuseram de outra oportunidade soberana de golo. Luis Suaréz falha um remate dentro da grande área do Real Madrid, a bola vai parar aos pés de Neymar Jr., que, dentro da pequena área, atira a bola à figura de Casillas. Este parece ter sido o lance que espevitou os jogadores do Real Madrid, que num contra-ataque exemplar repuseram a igualdade no marcador. Modric lançou Benzema que com um toque de classe isolou CR7 que não hesitou na altura de fazer o 31º golo nesta campanha da Liga Espanhola.

O golo pareceu catapultar os jogadores do Real Madrid, que poderiam ter saídos dos primeiros 45 minutos com uma vantagem no marcador. Os pupilos de Carlo Ancelotti tentaram o golo que lhes desse vantagem nos últimos 15 minutos e dispuseram de três oportunidades claras: um golo anulado de Bale (por fora-de-jogo bem assinalado a CR7), um remate de Cristiano para defesa estrondosa de Claudio Bravo e um falhanço inacreditável de Gareth Bale (exibição sumida) da marca de pénalti. O Barcelona conseguiu resistir a um quarto de hora vertiginoso do Madrid e podia dar-se por contente com o nulo verificado ao intervalo.

Madrid na pressão… até Suarez desfazer o nulo

Na segunda parte, o Real Madrid entrou como tinha acabado a primeira. A pressão alta dos jogadores da capital não deixava respirar os Catalães e adivinhava-se um golo dos Merengues, que apenas não surgiu ao minuto 53 após magnífica defesa de Bravo a um remate com selo de golo de Benzema, um dos melhores do lado dos campeões Europeus.

Aos 56 minutos, a equipe do Real Madrid perdeu as forças depois do golo apontado por Luis Suárez. Após um grande passe longo do Dani Alves, Suárez aproveitou o facto de Sergio Ramos estar a colocar em jogo o Uruguaio e bateu com facilidade Casillas (que talvez pudesse ter feito mais). Uma excelente finalização (sobretudo na recepção de bola) desbloqueou o jogo para o lado do Barcelona.

O Real Madrid acusou em demasia o golo e não voltou a conseguir impor o seu jogo. Até ao fim da partida o Barcelona tomou conta da posse de bola e não mais os Campeões Europeus voltaram a incomodar Claudio Bravo (excepção a um remate de Benzema que desviou na defesa Blaugrana e que foi travado pelo Chileno). As melhores oportunidades de golo na última meia hora pertenceram inclusive aos Catalães, que podiam ter dilatado os números no marcador, não fosse a menor pontaria dos seus avançados (Messi, Suarez e Neymar).

Em suma, o Barcelona soube aguentar os períodos de maior pressão dos Merengues e souberam desferir dois golpes fatais através de bola parada e no contra-ataque que podem muito bem sentenciar a história da liga. Com 10 jornadas a faltar para o fim do campeonato, os jogadores comandados por Luis Enrique levam 4 pontos de avanço sobre o Real Madrid.

Destaques Individuais do Barcelona x Real Madrid

Luis Enrique: Muito contestado no início da época, o treinador Blaugrana parece ter encontrado a fórmula vencedora e recuperou entre Dezembro e Março 8 pontos para o Real Madrid

Javier Mascherano: O pitbull do Barcelona provou mais uma fez ser fundamental, desta vez actuando no meio-campo. Muito forte no um para um e na ocupação de espaços, retirou liberdade a Modrid e revelou-se fundamental para o triunfo Blaugrana.

Luis Suárez: Começa a justificar os 81 Milhões de Euros que por ele foram pagos. Desde Janeiro de 2015 que tem vindo a apontar golos decisivos e já leva 11 na Liga

Cristiano Ronaldo: Um dos melhores do Madrid, não só pelo golo como pelo trabalho a procurar espaços e a oferecer linhas de passe. Esteve em quase todos os lances de perigo do Real.

Karim Benzema: O mal-amado dos Merengues tem vindo a ser um dos mais influentes esta época. Pormenor delicioso na assistência para o tento de Cristiano Ronaldo.

Luka Modric: O maestro dos Blancos. Controla todo o processo ofensivo da equipa e esta última ressentiu-se quando o Croata se foi abaixo fisicamente