A 26ª Jornada da Liga NOS, foi traiçoeira tanto para o SL Benfica, como para o FC Porto. Ambas as formações perderam pontos, onde era expectável, à partida, que os três pontos seriam nada mais nada menos que tarefa obrigatória, rumo à caminhada do título nacional. Mas, tanto Benfica como Porto tropeçaram.

Tanto Águias como Dragões perderam pontos naquela que já se pode considerar a recta final do campeonato. O Benfica perdeu 3 pontos que podem fazer muito falta no final das contas, perante um FC Porto que perdeu a oportunidade de ficar a apenas um ponto do rival, acentuando de modo irreversível a pressão. Estes 3 pontos que agora separam as duas equipas da dianteira do campeonato, poderão, no entanto, ser bastante úteis ao FC Porto, aquando do clássico, que se joga no Estádio da Luz, a 26 de Abril.

A ausência de Gaitán

Frente ao Rio Ave, Jorge Jesus apresentou a mesma táctica que já vem sendo habitual, ao longo de toda a temporada, o seu 4-4-2 característico. Mas faltava uma peça fundamental. O extremo criativo Nicolas Gaitán. O médio que costuma jogar descaido na extrema esquerda, não foi a jogo devido a castigo. O seu substituto foi Anderson Talisca, que esteve muito áquem do que o argentino poderia fazer. 

A estratégia de Jorge Jesus já vem sendo definida desde o início da época, e não puder contar com um jogador da importância de Nico Gaitán, é de extrema incapacidade. Ola John (escolha habitual para substituir Gaitán no lado esquerdo) é um jogador diferente de Nico. O holandês é um jogador estritamente de corredor que tenta fazer uso do seu poder de drible e do cruzamento para a área, buscando um homem da frente para finalizar. É um aspecto positivo que dá largura e profundadide ao jogo encarnado.

No entanto, Gaitán tem outra involvência no meio campo benfiquista, e é um média bastante criativo, que de uma jogada praticamente perdida, consegue criar oportunidades, que podem dar em golo.  A sua capacidade de romper pelo interior e pautar o jogo encarnado é fundamental num Benfica órfão de Enzo. O Benfica não perdeu frente ao Rio Ave, por culpa da ausência de Gaitán, mas certamente que o jogador teria ajudado em muito a equipa, principalmente, depois da expulsão de Luisão, em que a formação encarnada ficou desorientada em campo, e permitiu que os Vilacondenses fizessem o golo da vitória. 

A ausência de Jackson Martínez

Para a estratégia de Julen Lopetegui, não puder contar com o seu melhor jogador, não deverá ser nada fácil. O avançado portista está a contas com uma lesão (ocorrida na partida contra o Braga, na Pedreira), e o seu substituto tem sido o camaronês ex-Lorient Vincent Aboubakar. Já se pôde constatar que Aboubakar tem uma enorme qualidade, e até é capaz de ter mais velocidade que Jackson Martínez, mas não tem a mesma dinâmica de jogo e a mesma inteligência técnico-táctica que o internacional colombiano.

Jackson Martínez actualmente, é o melhor avançado a jogar em Portugal, e certamente um dos melhor avançados a actuar na Europa. Tem uma qualidade fora de série, muito além do que a média do Futebol Português pode proporcionar aos adeptos e espectadores. É um avançado que vem atrás buscar jogo, para distribuir nas linhas, e voltar para a frente para ir finalizar, algo que Aboubakar já não faz tão bem. A sua experiência fez muita falta, na Madeira, frente ao Nacional, e isso pôde notar-se na incapacidade ofensiva do FC Porto.