Em entrevista dada ao jornal britânico The Guardian no fim de semana do GP da Malásia, o patrão da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, afirmou que a ideia de uma Fórmula 1 só para mulheres, a acontecer durante o fim de semana de cada Grande Prémio, seria uma óptima estratégia para atrair mais mulheres para o automobilismo.

Atrair mais público e patrocinadores

«Pensei que seria uma boa ideia para lhes dar uma montra. Por alguma razão, as mulheres não estão a aparecer, e não é porque não queremos que elas venham. Elas podem atrair muita atenção e publicidade e, provavelmente, um monte de patrocinadores.» começou por afirmar o empresário. «Temos de começar por algum lado, e eu sugeri às equipas a possibilidade de termos um campeonato separado. Talvez dessa forma sejamos capazes de trazer algo interessante para a Fórmula 1. As mulheres poderiam correr antes do evento principal, ou talvez no sábado da qualificação.»

Ecclestone confirmou, porém, o estado muito embrionário desta possibilidade para a categoria principal do desporto automóvel: «É apenas uma ideia, neste momento, mas acho que seria óptimo para a Fórmula 1 e para todos os fins de semana de Grande Prémio», concluiu.

Apesar de haver algumas pilotos a aparecerem nas categorias de promoção, como a britânica Alice Powell ou a holandesa Beitske Visser, e de haver pilotos que prosperem noutras categorias, como a suíça Simona de Silvestro, na IndyCar, neste momento a Fórmula 1 tem a britânica Susie Wolff, na Williams, e a espanhola Carmen Jordá, na Lotus, apesar de ambas não deverem ter muitas chances de usar o carro num futuro próximo.

Wolff e Mouton já se revelaram contra

As críticas à ideia de uma Fórmula 1 feminina não se fizeram esperar, umas porque não existem mulheres suficientes, outros porque elas mesmas querem singrar num mundo preenchido por homens. 

Susie Wolff já declarou que é contra a ideia, e Michele Mouton, que venceu quatro ralis entre 1981 e 1982, pela Audi, criticou fortemente as palavras de Ecclestone sobre este assunto. «Estou irritada e muito desapontada por Ecclestone estar talvez a pensar nas mulheres só para o espectáculo», disse a ex-piloto francesa. «Não é definitivamente o caminho certo a seguir», começou por afirmar Wolff. «Primeiro, não sei onde conseguiriam encontrar uma grelha completa de pilotos do sexo feminino suficiente bonsEm segundo lugar, corri toda a minha carreira no automobilismo como uma concorrente normal. Por que iria eu estar agora numa corrida onde só competiria com mulheres? Posso dizer que não me interessaria nada ganhar tal corrida.Preferia não estar nela; o que é que estaria a ganhar? Uma corrida onde apenas foram buscar mulheres para encher a grelha», concluiu a piloto da Williams.