Previa-se um jogo díficil o Estádio da Capital do Móvel para os pupilos de Marco Silva. Na primeira volta o Sporting empatou contra esta Paços de Ferreira de Paulo Fonseca, em pleno Estádio de Alvalade, o que na altura causou algum descontentamento nos adeptos leoninos. Para este jogo, Marco Silva não poderia contar com dois pilares da equipa: o patrão da defesa Paulo Oliveira e o box to box Adrien. A escolha recaiu sobre Tobias Figueiredo e André Martins que tinham de colmatar na perfeição estas duas ausências.
No lado do Paços, destaque para o regresso de um dos melhores jogadores da equipa e que, segundo notícias ligadas ao FC Porto, fará a pré época com os dragões. Saiu do onze Diogo Rosado, um dos diamantes por lapidar que saiu da Academia do Sporting mas que nunca conseguiu assentar e mostrar o seu potencial.
Quando o trabalho de casa é feito
Marco Silva sabia da importância deste jogo visto que o Braga voltava às vitórias e o FC Porto ainda não tinha jogado o que podia causar alguma pressão nos dragões. Era essencial dar velocidade ao meio campo leonino que não contava com o taõ importante Adrien. O Sporting apresentou-se ligeiramente diferente do normal, com William a procurar zonas um pouco mais adiantadas, não ficando assim preso à posição de trinco e ajudando territorialmente André Martins que não estava na sua posição habitual. João Mário era o vértice mais avançado deste tridente e procurava sempre pressionar a construção de Seri e Sérgio Oliveira.
Do outro lado, Paulo Fonseca também soube quebrar algum ritmo do Sporting, colocando capacidade de passe com a entrada no onze de Sérgio Oliveira. No entanto as incursões dos laterais do Sporting e a facildade de explosão quer de Nani quer de Carrillo começaram a importunar o quarteto defensivo do Paços de Ferreira. Primeiro João Mário, depois Nani e mais tarde Slimani estavam a anunciar que o Sporting estava perto do golo, quando remataram com muito perigo à baliza do experiente António Filipe.
Factor Nani
Aos 25 minutos o Sporting já tinha tido um golo anulado por posição irregular de Slimani e uma ocasião soberana de Tobias Figueiredo. O Paços pouco ou nada criou, circulando a bola com tranquilidade apenas no primeiro terço do terreno o que era bastante pouco para um jogo desta importância e contra um dos grandes. Seri tentava vir buscar jogo atrás mas encontrava sempre a pressão de João Mário ou André Martins que se mostravam bastante activos na recuperação das bolas.
No Sporting existe um senhor do futebol que pode ter duas faces: uma que lhe vale assobios das bancadas quando se agarra demasiado à bola e outra que vale golos e pontos importantes aos leões. De quem estamos a falar? De Nani. O extremo português apesar de estar numa daquelas noites em que demora muito a soltar a bola, do nada consegue fazer uma jogada que vale meio golo.
E foi exactamente isso que aconteceu, depois de mais uma recuperação de bola do meio campo leonino, Nani inciou o contra ataque, partiu para cima de Fábio Cardoso e inventou um passe que foi meio golo. O resto coube a Slimani que "apenas" encostou a bola para dentro da baliza, levando o Sporting ao 1-0, resultado que se manteria até ao intervalo.
Festival de oportunidades falhadas
A segunda parte começou quase de forma idêntica àquilo que foi a primeira parte. O Sporting sem dar grande espaço de manobra ao Paços de Ferreira e os castores sem forma de avançarem no terreno. Assim bastava ao Sporting aproveitar os erros na construção de jogo da equipa de Paulo Fonseca.
Foi desta forma que começaram a surgir os falhanços da equipa leonina e, principalmente, de João Mário. Aos 60 minutos, a defesa do Paços facilita, Slimani consegue controlar da melhor maneira a bola e de forma bastante rápida isola João Mário que na cara de António Filipe, falha de clamarosamente o 2-0 para o Sporting. Estava assim aberta a época de desperdício do Sporting. Dois minutos após este falhanço, Carrillo ainda tentou fazer pior que o seu colega, numa posição mais privilegiada, perdeu o duelo frente a António Filipe.
Após estas falhas, o médio do Sporting ainda teve mais duas oportunidades claras para facturar e não conseguiu fazê-lo. Era uma noite claramente azarada para João Mário, principalemente pelo que aconteceu a seguir.
Leões acabam a noite com um Galo
Desde os escalões inferiores do futebol profissional que se sabe que quem não marca, eventualmente acaba por sofrer. E Paulo Fonseca acabou por saber ler isso quando colocou em campo Hurtado e Minhoca, ganhando outro ímpeto no jogo.
Coube ao azarado da noite, João Mário, o erro para o golo do Paços. Depois de um canto, Joao Mário preparava-se para sair no contra ataque, lançando com um passe picado Carrillo. No entanto, o passe ficou bastante curto e sobrou para Rodrigo Galo que sem misericórdia, num remate violentíssimo, empatou o jogo para desespero de Marco Silva.
Até ao final do jogo o Sporting tentou pressionar o Paços de Ferreira, mas nunca com a cabeça fria. De estranhar ainda a primeira substituição de Marco Silva, que numa situação de empate tira Slimani e coloca Montero quando provavelemente iria precisar de gente imponente na área para os últimos esforços de vencer o jogo.