Gonçalo Guedes, avançado tecnicista que, no típico 4-4-2 de Jorge Jesus, pode ser usado como segundo avançado ou como extremo, pertence agora ao Benfica até Junho de 2021 e viu a sua cláusula de rescisão ser aumentada significativamente. Este é um sinal de confiança para o avançado que esta época, ainda júnior, já foi utilizado na equipa principal em competições como a Taça da Liga, o Campeonato e Taça de Portugal (na Liga dos Campeões não chegou a ser utilizado mas esteve no banco de suplentes frente ao Bayer Leverkusen na Luz) e que, recentemente, passou a ser representado pelo poderosíssimo Jorge Mendes.

Gonçalo já provou ter qualidade suficiente para ser uma opção muito válida a extremo, não ficando muito atrás, por exemplo, de Talisca ou Ola John e, perante o previsível cenário de saídas de Gaitán e/ou Salvio, esta medida do Benfica compreende-se, é de louvar, e enquadra-se na política desportiva mais virada para a formação já anunciada pela voz do Presidente, Luís Filipe Vieira.

Se é verdade que o Seixal, nos últimos anos, tem permitido a SAD encarnada colher alguns frutos a nível financeiro (Bernardo Silva e André Gomes juntos já renderam 31,5 milhões de euros aos cofres encarnados); também não deixa de ser verdade que a nação benfiquista, no geral, sente que os "filhos da casa" podiam estar a ser melhor aproveitados sob ponto de vista desportivo.

Esta notícia da renovação de Gonçalo Guedes (ele que já foi muito elogiado pelo seu actual treinador), associada ao seu novo represntante, pode deixar antever dois cenários para o seu futuro: o avançado português pode exibir-se mais vezes na catedral da Luz, perante a sua plateia, a partir da próxima época, beneficiando de uma aposta maior do que a feita nos seus antecessores; ou o poder de Jorge Mendes pode levá-lo para um destino como Valência ou Mónaco, clubes muito associados ao super-agente, numa estratégia que, apesar de não ser unânime entre os adeptos, tem permitido ao Benfica tirar alguns benefícios.

Sendo o passe de Gonçalo Guedes pertencente ao Benfica, é provável e que o jovem extremo represente mesmo uma rutura com o passado recente e tenha oportunidades para brilhar de águia ao peito, num cenário que agradaria muito os benfiquistas e satisfaria um desejo antigo de Luís Filipe Vieira, que já afirmou publicamente que a formação do Benfica deve ser aproveitada pela equipa principal.