Muitas dúvidas se levantam para o muito possivelmente decisivo e certamente importante Clássico deste Domingo entre Benfica e FC Porto e uma delas será a que neste momento mais preocupa os adeptos benfiquistas, consistindo na possibilidade de virem a regressar os fantasmas de um passado bem recente no rescaldo de um jogo contra um dragão que se espera ‘em fúria’e que até passou todo o ano a exibir bom nível na Europa.

Na verdade, o FC Porto mostrou-se bem superior a Shakhtar, Athletic, BATE e Basileia para depois cair com estrondo na segunda mão ante o Bayern de uma forma impossível de ocultar, levando a que a sua deslocação à Luz não seja menos do que uma verdadeira final visto que se a Liga era vista na Invicta como uma prioridade agora será mesmo vista praticamente como uma obrigação.

Todos esperam com ânsia o grande Clássico, desde jogadores, treinadores, dirigentes, adeptos, apreciadores de futebol e… até fantasmas. Nas hostes benfiquistas não se esquece, e tão cedo não se esquecerá, das Ligas perdidas para o FC Porto em 2012 e 2013.

Experiências anteriores levarão a que na Luz se acredite na existência de ‘fantasmas’

Em especial essa última, a de 2013, que teve mesmo contornos de tragédia com um inesperado empate caseiro ante o Estoril seguido de uma derrota no Dragão com um golo já em tempo de compensação de Kelvin que nesse momento assegurou o seu lugar na História, ainda assola a memória de qualquer apoiante do clube da águia tal como será lembrado por qualquer seguidor mais atento do futebol nacional.

Como tal, afirmar peremptoriamente que essa lembrança não estará na mente dos responsáveis benfiquistas parece impossível, pelo que parece justo dizer-se que o ditado espanhol ‘no creo en las brujas, pero que las hay, las hay’ tem mesmo razão de ser e caso o resultado não seja o mais esperado pelas águias essa aura negativa poderá mesmo abater-se sobre o Benfica e especialmente Jorge Jesus, ’traumatizado’ por um passado complicado a esse respeito.

Para evitar as ’brujas’ e o regresso dos indesejáveis fantasmas, o Benfica terá mesmo de ser o habitual, juntando assim a mestria revelada no jogo do Dragão, a consistência e inteligência que conduziram a essa vitória, com a excelência que costuma demonstrar enquanto visitado.

Para evitar essa possibilidade a águia deverá tirar proveito do momento em que o rival se encontra

Manter-se fiel á sua ideia de jogo e base será nesta altura fulcral. Ainda assim, uma única alteração poderia ter lugar tendo como preocupação as laterais defensivas, o que poderia levar a à troca de Eliseu por André Almeida na lateral esquerda para que a equipa pudesse ganhar uma maior consistência defensiva, garantindo-se assim com este segundo jogador se criaria um ’polícia’ para Ricardo Quaresma, que se encontra em boa forma e merecerá uma atenção redobrada.

Detentor de vantagem pontual e um ímpeto superior, o Benfica terá de ser sagaz e até um pouco ‘matreiro’ para no final da tarde de Domingo atingir o ‘match point’ neste Campeonato, agarrando-se aos seus argumentos e ao próprio momento do seu oponente pelo que uma entrada forte em campo, mais do que aconselhável, seria até expectável, pois poderia representar o ‘murro no estômago’ que neste momento ninguém saberá se o FC Porto é capaz de suportar.

Que se acenda então a Luz. Caso se assista a uma vitória encarnada, o clima será de glória, sendo que um empate deixa o actual campeão na responsabilidade de gerir três pontos que no fim de contas valem por quatro, mas por outro lado uma derrota será uma ‘caixa de Pandora’ que não se aconselha abrir - mesmo para quem não crê em fantasmas, muitas vezes estes existem em futebol. E quando estes se encontram à solta tudo pode acontecer…