Depois de ontem o Benfica ter dado mais um passo rumo ao título, e depois de uma semana em que o FC Porto perdeu não os seus dois objetivos da época, mas um objetivo e meio (depois do clássico, o FC Porto fica, oficialmente, outra vez dependente de terceiros), era preciso um Dragão que, mais do que força, mostrasse personalidade num momento adverso. Julen Lopetegui teria de unir as tropas e garantir que o FC Porto não se deixaria embalar pela onda de negativismo e o objectivo, hoje, era mostrar que, mesmo perdendo o campeonato, o FC Porto perdê-lo-ia com dignidade e sem nunca deixar de ir à luta.

Boa entrada portista - Brahimi quebrou resistência sadina

A entrada em campo surpreendeu porque esse espírito foi bem interprtado pelos jogadores portistas e sentia-se que, à medida que o tempo ia passando, o Vitória cada vez menos capcidade de sair do seu meio-campo tinha. Essa entrada culminou no primeiro golo de Brahimi, aissistido por Ricardo, aos 15 minutos, na sequência de um bom momento ofensvivo dos dragões.

A boa entrada do FC Porto estendeu-se por mais alguns momentos, Quaresma podia ter marcado logo a seguir numa boa execução técnica, mas, até ao intervalo, o resultado não se alterou. Dada a inoperância quer defensiva, quer ofensiva do Vitória FC, o FC Porto estava claramente confortável no jogo e a melhor notícia para os sadinos, ao intervalo, era mesmo o resultado ainda estar em aberto; para os de Julen Lopetegui, a  noção de que controlar uma vantagem de um golo, seja com que adversário for, é sempre perigosa existia e previa-se um FC Porto que tentasse matar o jogo no segundo tempo para, depois sim, partir para uma exibição mais tranquila.

Segunda parte: Porto tremido, Vitória mais atrevido

A segunda parte trouxe um Vitória FC mais concentrado e com mais capacidade de pressionar e de criar mais problemas à equipa do FC Porto. Ainda que, nos primeiros 15 minutos da segunda parte a tendência não se tenha materializado em oportunidades, sentia-se que o golo podia aparecer em qualquer uma das balizas. O posicionamento de Paulo Tavares, mais perto do ponta-de-lança Suk, permitia outra diversidade de opções aos sadinos no momento em tinham a bola.

Quanto ao FC Porto, sentia-se menos tranquilo a defender, os jogadores não tinham tanta facilidade a sair a jogar e sentiam que um erro podia ter consequências que na primeira parte não teria, ainda assim, no momento ofensivo, os dragões continuavam a decidir bem e a demonstrar qualidade no último terço. Ricardo Pereira estava a demonstrar ser uma boa opção na ausência do influentíssimo Danilo, dando muita prfundidade ao corredor direito dos dragões.

O jogo ia decorrendo e sentia-se que a decisão da partida ainda estava para vir. Cabia aos treinadores trazerem algo de novo à partida. Do lado de Bruno Ribeiro, com a forma como o jogo estava a decorrer, sabia-se que arriscaria um pouco mais a qualquer momento. Quanto aos portistas, que sentiam que estavam a perder o controlo do jogo, parcia que Lopetegui necessitava de alguém que segurasse melhor o meio-campo.

Bruno Ribeiro foi o primeiro a mexer, ainda que por lesão de Hélder Cabral. João Schmidt (médio centro) passou para lateral esquerdo, e Hélder Cabral deu lugar ao desequilibrador Miguel Pedro, numa mexida de quem quer pregar no jogo. Lopetegui respondeu como se pedia, Evandro entrou para o lugar de Quaresma e o FC Porto passou a jogar com Óliver Torres na área, endo assim capacidade de disputar melhor a batalha do meio-cmpo e de gerir melhor a posse.

À entrada para o último quarto de hora do jogo, o reultado mantinha-se e, consequentemente, a confiança sadina aumentava. Foi aos 77 minutos que emergiu uma figura que, claramente, fez falta aos dragões esta época: Hélton. Boa defesa do internacional brasileiro a responder a um cabeceamento de Suk, Hélton que já tinha aparecido durante o jogo a sair da área, a antecipar-se aos adversários e agora mostrava que os reflexos também ainda estão lá. Um grane guarda-redes faz a diferença numa grande equipa.

Cha cha cha Martínez deu o golpe de misericórdia

Até final, Bruno Ribeiro ainda lançou Rambé e Dávila dando o tudo por tudo, enquanto que Lopetegui esgotou as substituições lançando o agitador Hernâni para o lugar do, mais uma vez e apesar do golo, apagado, Brahimi (começa-se a não se perceber como é sempre Quaresma a sair primeiro...). A tensão esteve sempre alta porque percebia-se que, ao qualquer momento, um erro dos dragões podia ser fatal perante um Vitória que, na segunda parte, teve grande capacidade de discutir o resultado mas, no final, o FC Porto conseguiu fazer o 2-0 e dar o golpe de misericórdia num jogo que não foi fácil.

Cha Cha Cha Martínez voltou aos golos no campeonato e ao topo da tabela dos goleadores numa excução plena de técnica e oportunidade. O passe de Herrera é bom, mas o que faz realmente a diferença é a recepção de Jackson que o permite ficar em boa posição para marcar e, desta vez, Jackson não desperdiçou. Terminada a partida. Vitória FC 0-2 FC Porto, e o fim do campeonato adiou-se por mais algum tempo - uma semana no mínimo.