Quinze dias após o GP da Bélgica, no circuito de Zolder, máquinas e pilotos iam correr para as ruas de Monte Carlo, para a sexta corrida do campeonato do mundo de 1980. Desta vez, as ruas do Principado mostram-se mais duras do que o habitual, pois a organização decidiu que apenas haveriam vinte carros presentes na corrida, logo, máquinas e pilotos tinham de lutar contra um critério ainda mais apertado para se qualificarem, pois apenas existiam 27 pilotos inscritos para a corrida.

Com uma qualificação muito dura, o melhor foi o Ligier de Didier Pironi, que embalado com a vitória na corrida anterior, em Zolder, conseguiu o melhor lugar da grelha nas ruas do Principado, tendo a seu lado o Williams do argentino Carlos Reutemann. Na segunda fila se instalavam o segundo Williams de Alan Jones e o Brabham do brasileiro Nelson Piquet, enquanto que na terceira estavam Jacques Laffite, no segundo Ligier, e o Ferrari de Gilles Villeneuve, que aproveitava as ruas do Mónaco para atenuar o mau chassis que tinha naquela temporada. O Alfa Romeo de Patrick Depailler era o sétimo a partir, sinal do desenvolvimento que aquele chassis começava a ter, pois ao seu lado estava o seu companheiro Bruno Giacomelli. E a fechar o «top ten» estava o Tyrrell do francês Jean Pierre Jarier e o McLaren de outro francês: Alain Prost.

Aqui já estava metade da grelha, mas dos pilotos não qualificados para a prova, havia revelações surprendentes: o McLaren de John Watson e o Brabham de Ricardo Zunino, o Fittipaldi de Keke Rosberg, o Osella de Eddie Cheever, o Ensign de Tiff Needell e os Shadow de Geoff Lees e Dave Kannedy faziam parte deste lote.

O filme da corrida

Com tempo nublado, mas com piso seco, os carros alinharam para a corrida, e quando esta foi dada, Pironi manteve a liderança, seguido por Reutemann, Laffite e Depailler, que conseguiu passar Piquet. Mas logo atrás começava o caos, quando o Tyrrell de Derek Daly não conseguiu abrandar a tempo e saltou por cima de vários carros, causando uma carambola. No incidente, para além dele, o seu companheiro Jarier, o McLaren de Prost e o Alfa Romeo de Giacomelli ficaram logo de fora. O ATS de Jan Lammers também estava danificado, mas após uma longa reparação, pode continuar na corrida. Acabaria não classificado, a 14 voltas do vencedor.

A corrida continuava com Jones a conseguir passar Reutemann nas curvas seguintes, para o australiano começasse a perseguir o francês da Ligier. A corrida ficou assim até que o diferencial do Williams numero 27 cedeu na volta 24, deixando a perseguição às mãos de Reutemann, que era seguido por Laffite, Depailler e Piquet.

As coisas se mantêm até perto do segundo terço da corrida, quando começa a chover de forma fraca. Na volta 50, o motor Alfa Romeo de Depailler tinha explodido, quando o veterano francês ia a caminho do terceiro posto, enquanto que o lider, Pironi, já se debatia com problemas na caixa de velocidades, especialmente com a terceira marcha. e já tinha Reutemann na sua cauda, esperando por um deslize do francês. 

E foi o que aconteceu volta 54: Pironi perde o controle do seu Ligier na curva do Casino e bate, entregando o comando a Reutemann, que não o larga mais até ao final. Atrás dele vinha o Ligier de Laffite e o Brabham de Piquet, mas ambos estavam solidamente incrustrados nas suas posições, sem ninguém que os incomodasse. E foi neste sentido que os pilotos viram a bandeira de xadrez nas ruas do principado. E foi bem a tempo, pois a chuva já começava a cair com mais força...

Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Arrows de Jochen Mass, o Ferrari de Gilles Villeneuve e o carro de Emerson Fittipaldi. Iria ser a última vez que o veterano piloto brasileiro pontuaria na sua carreira na Formula 1.