Na passada Terça-feira chegaram a Israel alguns dos responsáveis administrativos da FIFA, a fim de tentarem, pela via diplomática, evitar outro conflito sócio-político entre Palestina e Israel. Sepp Blatter, presidente da FIFA, afirmou estar a tentar encontrar uma solução para a moção submetida pela Federação Palestiniana de Futebol. Esta moção, que poderá deixar Israel de fora das competições internacionais, será votada em Zurique na próxima semana. Se aprovada por dois terços dos 209 membros, a posição de força perante a Palestina sofrerá um duro revés.

Os palestinianos queixam-se da restrição de movimentos que tem, sistematicamente, impedido as suas equipas de actuar, e acusam a Federação Israelita de Futebol de nada fazer perante o crescimento do racismo e xenofobismo contra árabes nos estádios israelitas. Blatter, que se encontrou com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirma que tentará uma solução para o problema antes da votação em Zurique. «Uma coisa eu posso dizer, futebol é mais que um jogo. Tem o poder de unir pessoas. E eu estou aqui para construir pontes».

Jibril Rajoub, presidente da Federação Paletiniana de Futebol, vincou que não pensa desistir da acção: «A Federação Israelita tentou cobrir a sua face feia com uma intervenção cirúrgica». Rajoub relembrou que a África do Sul foi impedida de participar em competições internacionais durante três décadas e que a ex-Jugoslávia foi suspensa em 1990 devido à guerra nos Balcãs.

Rotem Kemer, Presidente da Federação Israelita, acha que se está a misturar politica com futebol. «Há muitos conflitos no mundo, Ucrânia, Rússia, Iraque, Siria. Queremos que todas as associações usem a FIFA para resolver problemas politicos?».