Desde o fim de Dezembro que a cisão entre Bruno de Carvalho e Marco Silva era uma realidade no toca do Leão; apesar do despedimento não ter sido materializado, a vontade presidencial estava vincada e a ligação aguentaria o mínimo indispensável - até ao culminar da temporada 2014/2015.

Bruno de Carvalho definiu que Marco Silva não poderia ser a solução de futuro do Sporting (apesar de cinco meses antes assinado um contrato de quatro anos com o jovem técnico) e a consistente pressão feita pelo presidente leonino criou as condições necessárias para que o cenário de ruptura fosse uma realidade.

Acarinhado pela massa adepta leonina e com lastro extremamente positivo entre o mundo sportinguista, Marco Silva aguentou firme durante o que restava da temporada, conquistando, na recta da meta da época, a Taça de Portugal - os pedidos de permanência de Silva por parte dos adeptos sucediam-se à medida que os festejos se desenrolavam.

Bruno de Carvalho joga 'trunfo Jesus' e minimiza Marco Silva

Mas Bruno de Carvalho, antevendo uma ruptura difícil de explicar ao mundo leonino, trabalhou nos bastidores para despoletar o processo de contratação de Jorge Jesus - o trunfo imbatível que, ao ser jogado com sucesso, ofuscaria de forma absoluta a saída de mais um treinador do reino de Alvalade.

As negociações chegaram a bom porto (as conversações duraram dois meses, nas costas do trabalho de Marco Silva) e, por entre a cegueira inebriante da surpreendente ida de Jorge Jesus para o Sporting, a saída de Marco Silva tornar-se-á, expectavelmente, uma decisão de segundo plano, vivida na sombra do mediatismo espectacular da obra-prima da transferência de Jesus.

Jorge Jesus será o quarto treinador da «Era Bruno de Carvalho», o terceiro escolhido pelo presidente leonino; restará saber se o experiente treinador, que sagrou-se bicampeão pelo Benfica, aguentará no lugar de timoneiro técnico do Sporting mais tempo que os seus antecessores (Jardim e Silva ficaram apenas uma temporada, saindo em divergência com Bruno de Carvalho).