Quando Neymar bateu, já nos segundos terminais, Buffon, decapitando por fim a «Vecchia Signora» e garantindo a conquista da Liga dos Campeões 2014/2015, o Barcelona atingia um dos feitos mais marcantes da História do futebol mundial - ser o único clube do mundo a possuir duas «trebles», dois tripletes (juntando a Taça e a Liga à Liga dos Campeões). O triunfo diante da Juventus precedeu, assim, a temporada igualmente gloriosa de 2008/2009.

Enrique repete proeza de Guardiola e quem ganha é a História do Barcelona

O Barcelona escreveu, no Olímpico de Berlim, um particular e inolvidável capítulo histórico no futebol, marco que catapulta o clube catalão para um lugar olímpico - apenas e só o Barcelona se pode vangloriar de ter conquistado a famosa «treble», feito desportivo que simboliza, transparentemente, o domínio avassalador interno e além-fronteiras de um clube. Os «culé» já tinham celebrado essa empreitada em 2008/2009 com Pep Guardiola no banco e Iniesta, Xavi, Henry, Eto'o e Messi.

Festejos catalães em 2009

Agora, pela mão técnica de Luis Enrique, a equipa «blaugrana» voltou a celebrar a famosa tripla desportiva, mantendo nas suas fileiras estrelas como Iniesta, Xavi, Messi, Dani Alves, Piqué (que repetiram a tripla com a camisola do Barcelona). Na final, os catalães do magistral «tiki-taka» bateram o Manchester United por 2-0 e venceram a sua terceira prova da História, a primeira de Guardiola. Novamente com um técnico espanhol, o Barcelona voltou a festejar a glória suprema.

De facto, as «trebles» do Barcelona parecem estar ligadas a treinadores que já vestiram a pele «blaugrana» - Guardiola em 2008/2009 e Luis Enrique (da «cantera» do rival Real Madrid) em 2014/2015. Na edição 2008/2009, Lionel Messi marcou 9 golos, tendo agora atingido a dezena de golos, falhando apenas o feito de marcar golos em três finais da prova consecutivas. O brasileiro Neymar igualou o número de golos do colega argentino, afirmando-se como essencial na manobra ofensiva também complementada por Luis Suárez.

A famosa «treble»: uma narrativa que elenca os dominadores

A História diz-nos que nenhuma equipa replicara a tripla - em 1967 foi o Celtic de Jock Stein a abrir este capítulo de glória suprema, batendo o Internazionale (2-1) na final da Taça dos Campeões Europeus com golos de Chalmers e Gemmell. Aos escoceses sucederam os holandês do Ajax, que, em 1972, tudo venceram, inclusivamente a TCE, batendo a mesma vítima dos escoceses, o Inter (2-0), com dois golos de Johan Cruijff. Só em 1988 a «treble» voltaria a viver, por via do PSV, que bateria, nas penalidades, o Benfica, na final da TCE.

Perto da viragem do milénio, foi o Manchester United, em 1999, a ressuscitar o feito da tripla, juntando à Premier League e à FA Cup a glória europeia da já denominada Liga dos Campeões, numa final com um final frenético (United anulou a vantagem do Bayern nos últimos segundos) que pendeu para o lado dos ingleses após os golos de Teddy Sheringham (90+1) e Ole Gunnar Solskjaer (90+3). Em 2009 foi a vez do Barcelona, e logo um ano depois, pela mão de José Mourinho, seria o Inter a festejar (bis de Gabriel Milito).

United triunfa em Camp Nou

A estória das triplas tinha fechado, até ao passado Sábado, com a exemplar remontada do grandioso Bayern Munique, que, reduzido a cinzas em 2011/2012, respondeu na época seguinte com um poderio imbatível, a nível interno e externo - com Jupp Heynckes no comando dos bávaros, o Bayern triunfou na final da Liga dos Campeões contra o clube compatriota Borussia Dortmund (2-1), com golos de Thomas Muller e Mario Mandzukic. Mas, no passado Sábado, o Barça de Enrique e do emocionado Xavi, alargou o conto e tornou-se o primeiro clube a repetir a proeza.

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