Se, até agora, a formação do Seixal tem dado nas vistas pelos precoces milhões que permite ao Benfica encaixar, com jogadores jovens que poucos ou nenhuns minutos granjearam pela formação principal da era-Jesus, o período que agora se inicia com Rui Vitória poderá gizar um novo rumo no que ao aproveitamento desportivo da academia diz respeito - o caso mais imediato é o de Nélson Semedo, lateral de 21 anos que já leva dois jogos oficiais pela formação A, ambos enquanto titular.

A boa pré-temporada do lateral direito formado na Luz deu as indicações necessárias a Rui Vitória de que o processo de maturação do jovem estaria numa fase adiantada, próprio já para consumo de alto nível: a estreia deu-se logo contra o rival Sporting, na Supertaça Cândido Oliveira, um jogo de nervos no qual Nélson Semedo mostrou, a espaços, estar a caminho de um patamar qualitativo acima da média. Apesar das hesitações próprias da juventude e de falhas posicionais ocasionais, Semedo sobreviveu ao choque do teste inicial e Vitória viu na exibição, razoável, o início de algo prometedor.

E, de facto, o prometido por Semedo diante do Sporting foi devido contra o Estoril: ao segundo jogo, o jovem incorporou-se no ataque, agradecendo um toque de calcanhar de Gaitán para bater o guardião do Estoril e selar a vitória por 4-0, perante uma Luz que exigia golos, espectáculo e três pontos. O golo que fechou o espectáculo coroou uma exibição positiva, que, naturalmente, ainda não está ao nível de craques tarimbados e experientes como o seu antecessor de peso, Maxi Pereira.

Integrado num Benfica que ainda busca a sua identidade e luta para se manter no trilho das vitórias, Nélson Semedo tem em Rui Vitória um treinador que aposta na sua mais-valia enquanto elemento titular do novo Benfica, que, não tendo a raça distinta e a experiência do internacional uruguaio Maxi, poderá ter, no futuro, um valor da casa que, com apoio e supervisão, certamente se transformará numa opção credível e segura para a faixa direita da defesa encarnada.