Foi um Valência organizado, astuto, ambicioso e decidido aquele que esta noite se apresentou perante o Mónaco. Nuno Espírito Santo apostou no seu tradicional 4x3x3, com os sectores muito próximos, e pocisionamento no terreno de acordo com cada momento do jogo, ou seja, em pose de bola, Enzo Perez o internacional argentino ex-Benfica era o primeiro médio organizador, por ele passava a primeira fase de construção da equipa e o seu talento que definia o passe, ora longo, para Rodrigo Moreno (jogou descaído na esquerda do ataque valenciano) e Feghouli (pelo lado direito se a saída para o ataque era rápida) ora curto para Rodrigo De Paul ou Dani Parejo (caso a equipa saísse em ataque organizado).

Sem bola, Enzo Perez, baixava para junto dos centrais Mustafi e Ruben Vezo, perminto a Feghouli baixar para a posição 8 e Dani Parejo assumir naturalmente a posição 6 de Enzo Perez - deixando a Rodrigo Moreno e Pablo Alcacer o pressing directo ao portador da bola no meio campo do Mónaco, quando a equipa do principado jogava no meio campop do Valência. Rodrigo era o elemento que ajudava mais do processo defensivo. Quando a equipa valenciana recuperava a bola, procurava Enzo Perez, enquanto Rodrigo de Paul abria na esquerda, permitindo a Rodrigo a aproximação à zona central pelo lado esquerdo junto a Pablo Alcácer e deixando o corredor direito para Feghouli, com o apoio de Dani Parejo. Nos primeiros 30 minutos de jogo o Monaco teve muita dificuldade para suster estas movimentações.

O primeiro golo surge aos 4 minutos por Rodrigo Moreno, num lance que espelha perfeitamente este género de movimentação. Rodrigo de Paul recebe a bola no lado esquerdo do ataque e, ao aproveitar a movimentação do lateral direito do Monaco, Elderson Echiejile, que tinha ido fechar ao meio de forma a eliminar o 2x2 criado pela movimentação de Rodrigo Moreno, libertou o corredor direito para Feghouli, que, solto de marcação, cruza para Rodrigo encostar perante a passividade dos centrais. O Valência soube gerir a partida e os tempos de jogo, que lhe levaram à vantagem, numa partida em que João Cancelo não saiu do banco de suplentes, e onde Ruben Vezo, fez esquecer internacional argentino Otamendi, que se transferiu para o Manchester City. Com esta vitória Nuno Espirito Santo libertou um pouco a pressão que se faz sentir sobre ele e sobre a equipa, onde os exigentes adeptos esperam uma época ainda melhor que a anterior.

Rodrigo marcou e espalhou aletria pelo Mestalla

Já o Monaco de Leonardo Jardim sentiu e muito as ausências dos lesionados João Moutinho e Layvin Kurzawa. Obrigado a mexer no seu onze, o treinado foi forçado a mexer em praticamente toda a linha defensiva por causa da razia de lesões. Desta forma Elderson Echiejile surgiu a lateral direito, Raggi a lateral esquerdo (e não a defesa central) e Ricardo Carvalho teve desta feita a companhia de Wallace. No meio-campo, Toulalan viu-se ladeado por Fabinho e Pasälic, enquanto que a frente de ataque foi entreque a Ivan Cavaleiro, Martial e Bernardo Silva. Não resultou. Por varias razões.

A ideia de Leonardo Jardim, passava por ter a equipa junta com os sectores ligados por Fabinho quando a equipa defendia, e por Pasälic em processo de transição defesa ataque - no entanto Fabinho teve uma noite pouco inspirada e o Mónaco sentiu esse «handicap» aos 4 minutos, quando Pasälic não enfrentou o portador da bola e Fabinho não baixou para criar superioridade defensiva no centro da defesa, obrigando o lateral direito a ocupar o espaço vazio e libertanto as costas ao valenciano Feghouli. Por sua vez Pasälic, não conseguiu ligar o meio-campo e o ataque, encostando muitas vezes a Bernardo Silva e obrigando assim Toulalan a correr mais tempo com a bola para fazê-la chegar a onde pretendia, sendo muitas vezes engolido pelo meio-campo do Valência. Esta indefinição facilitou o processo defensivo do Valência, que facilmente conseguia anular o inexistente jogo exterior que estaria a cargo dos portugueses Bernardo Silva e Ivan Cavaleiro. A partir dos 30 minutos Martial passou a procurar jogo no espaço de Pasälic, e o Monaco começou a criar perigo terminando a primeira parte mais proximo da baliza adversária.

A segunda parte o Mónaco entra melhor e aos 48 minutos chega ao golo do empate por Pasälic. Mas a superioridade apresentada foi facilmente anulada pelo Valencia que repôs a vantagem aos 59 minutos por Dani Parejo, em mais um lance de desconcentração defensiva da equipa monegasca. O Valência continuava superior e repetia aos 86 minutos o golo com os mesmos erros defensivos, cabendo desta vez a Feghouli, marcar o golo. Ainda assim o Monaco pode queixar-se de um penalty não assinalado aos minutos de jogo.

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