A novela da transferência do guardião espanhol David De Gea arrastou-se durante todo o Verão de 2015 e mesmo quando o panorama futebolístico internacional esperava uma grandiosa transferência do «portero» do Manchester United para o Real Madrid, um inesperado obstáculo de última hora anulou a viagem do guarda-redes dos «Red Devils» para o mundo galáctico dos «merengues».

A contratação de De Gea era um objectivo primacial da direcção do Real Madrid, mas de antemão se sabia que o processo negocial seria ardiloso e prolongado, devido à total renitência do Manchester United em perder um dos seus elementos mais preponderantes. Face ao desejo extremo do Real em contar com o atleta de 24 anos, o United respondeu com intransigência - braço-de-ferro que foi sendo amaciado com o passar dos dias e o aproximar de ambas as partes.

Quando todos os indícios apontavam para o selar do acordo entre os dois colossos europeus, numa transferência que ficaria a custar entre 30 a 35 milhões de euros, o negócio desmoronou-se, acabando De Gea por permanecer em Old Trafford e o Real Madrid a contar, apenas, com o reforço Kiko Casilla e com o relegado Keylor Navas (dado como moeda de troco no negócio). Por entre contra-informação e o queimar dos últimos minutos da janela de transferências, De Gea viu o seu futuro em Madrid esfumar-se.

As versões dos clubes contrastam e muito ficou por explicar, naquele que se tornou o negócio fantasma do Verão de 2015. O Real Madrid alega que a documentação necessária para finalizar os trâmites da transferência foi enviada fora do prazo temporal estipulado, enquanto o Manchester United nega o atraso e rejeita responsabilidades (alegada sabotagem) no aborto do negócio, acusando sim os «merengues» de «falta de jeito» administrativa. 

Florentino Pérez afirmou, a uma rádio espanhola, que os documentos foram enviados «às 13:30 de Segunda-feira», tendo o United demorado «oito horas para os devolver», acusando o clube inglês de ter «pouca experiência» no aspecto administrativo. Já o Manchester United afirmou: «Os factos falam por si. A FA está preparada para sustentar a nossa argumentação de que os documentos foram enviados a tempo». O guarda-redes, que terminará contrato no Verão de 2016, está agora em vias de abrir conversação com o clube para a renovação do vínculo.