Existe um novo paradigma desportivo no Benfica e a sua aplicabilidade, no reinado de Rui Vitória, dá já resultados palpáveis. Se no onze inicial das águias cresce o número de jogadores portugueses, cresce também a quantidade de jovens provenientes do Seixal nas lides da equipa principal, e o duelo diante do Beleneses foi disso um reflexo prático - a estreia a titular de Gonçalo Guedes e o debute de Nuno Santos foram acompanhados pela já habitual titularidade de Nélson Semedo, numa equipa cujo corpo ostenta já as transformações pretendidas pela direcção de Luis Filipe Vieira.

Que transformaçõe são essas? Mais aposta na formação, menor medo em arriscar na valia dos mais jovens (aqui também se enquadra a aposta em Victor Andrade) e a crença de que o trabalho desenvolvido no Seixal pode e deve ter um fim que não seja, apenas, os milhões precoces que, por exemplo, levaram craques como Bernardo Silva - quão importante poderia ser neste novo Benfica? E quanto poderia valer mais tarde?

Nélson Semedo é o caso mais sucedido, até agora: o jovem lateral direito ganhou o lugar e é hoje o substituto do ido Maxi Pereira: a cada jogo que passa consolida o seu estatuto de titular e poderá progredir caso Rui Vitória continue a ver nele o futuro da ala direita das águias; Gonçalo Guedes, talento esculpido época a época no Seixal, aproxima-se agora da equipa principal como nunca, tendo já efectuado a sua estreia a titular; Nuno Santos é outra das apostas de Vitória e tudo indica que gozará de mais minutos para deslumbrar no futuro.

Consoante as necessidades tácticas da equipa, outros valores que esperam o dia da afirmação poderão ser revelados nos palcos da Liga NOS, como o médio Renato Sanches, o defesa Victor Lindelof (ainda à espera de romper pela equipa principal) ou o central João Nunes.