Depois de vencer o Benfica no grande clássico, e, garantir assim, a liderança do campeonato (em igualdade pontual com o Sporting), com 4 pontos de vantagem sobre o bicampeão nacional, um novo desafio aparecia no horizonte do FC Porto de Julen Lopetegui.

Em vésperas de receber o Chelsea, para a segunda jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, o FC Porto deslocava-se a Moreira de Cónegos para enfrentar um adversário que tem feito um início de campeonato muito pior em termos de resultado do que no cômputo das exibições e que lutava desesperadamente por pontos (apenas um em cinco partidas).

Teoria da rotatividade levou Osvaldo à titularidade

Apesar da importância que todos os jogos do campeonato têm, o técnico basco Julen Lopetegui abordou este jogo com a sua já conhecida e habitual teoria da rotatividade, encabeçada na gestão que fez daquela que, por estes dias, será a estrela mais cintilante do FC Porto: o avançado camaronês Vincent Aboubakar.

A entrada do FC Porto, com Pablo Osvaldo a titular e Herrera e Danilo Pereira a acompanharem o organizador André André no meio-campo, foi relativamente autoritária. Os dragões, ainda que sem oportunidades, passaram a maioria do tempo de jogo instalados no meio-campo adversário na altura em que surge o primeiro golo. Aos 18 minutos, Maicon marcou na sequência de um livre (ganho após falta de Evaldo sobre Maxi) sublimemente executado, e o FC Porto, com justiça, adiantava-se no marcador ainda antes dos 20 minutos.

Não se adivinhava vida fácil para o Moreirense. O jogo foi correndo de forma tranquila para os azuis-e-brancos, que souberam gerir os timings de ataque à baliza do Moreirense e podiam ter ampliado a vantagem aos 26 minutos, pelo avançado Pablo Osvaldo, num bom trabalho individual do italo-argentino. A primeira parte estava prestes a terminar quando, aos 45 minutos, aconteceu o pior para os dragões - Brahimi é obrigado a sair por lesão, tendo o jogo com o Chelsea em risco.

Contra todas as previsões, o Moreirense teve a melhor entrada possível na segunda parte: na sequência de uma boa combinação após erro de Maicon, o extemo Iuri Medeiros, finaliza muito bem (junto ao poste) e restabelece a igualdade na partida. Para Lopetegui, um jogo que estava aparentemente controlado, podia agora tornar-se num pesadelo (a perda de qualquer ponto para uma equipa que tem de ser campeã em Portugal tem de ser encarada tal qual um pesadelo).

Ao FC Porto exigia-se uma resposta com personalidade mas a verdade é que, apesar de Lopetegui ter reagido cedo com a entrada de Cristian Tello para o lugar de Herrera, o tempo ia correndo a favor dos da casa. Assim se chegava ao último quarto de hora com o FC Porto sem ideias, instalado no meio-campo de um Moreirense confortável a defender. Aos 75 minutos, Lopetegui coloca toda a carne no assador tirando Marcano e lançando em jogo Aboubakar, decisão (natural) muito aplaudida pela bancada.

Corona marcou mas Moreirense ainda foi a tempo de apagar a chama do Dragão

O FC Porto parecia mais dentro do jogo e foi com naturalidade que, numa jogada de insistência, Jesús Corona, autenticamente dentro de uma cabine telefónica, conseguiu arranjar espaço para tirar um adversário do caminho e fuzilar a baliza de um inspirado Stefanovic. Ainda com 10 minutos para jogar, foi de ressalvar a resposta do Moreirense, uma equipa que, teoricamente, atravessaria um período psicológico mau.

Aos 89 minutos, já depois de Iker Casillas ter feito uma grande defesa (parando um tiro de Luis Carlos), o impensável aconteceu. Na sequência de um bom cruzamento de Sagna, André Fontes cabeceou para o fundo da baliza de Iker, garantindo um suado ponto ao Moreirense. Com este resultado, o FC Porto pode perder o primeiro lugar da Liga,  ver o Benfica aproximar-se na classificação e o Sporting isolar-se na liderança. Num ano de tudo ou nada para Lopetegui, com um mais de um mês de competição, o FC Porto volta a demonstrar fragilidades nas partidas disputadas fora de casa (apenas bateu o Arouca).