No Olimpiyat Atartuk, o Sporting tinha a dura tarefa de levar de vencida a equipa do Besiktas (que ascendera à liderança da liga turca dias antes do duelo europeu) para somar os primeiros pontos na fase de grupos da UEFA Liga Europa e inverter o mau começo (derrota por 1-3 em Alvalade) na prova. Jorge Jesus operou mudanças significativas no onze inicial e deu tempo de jogo - e responsabilidade - a vários jogadores que não fazem parte do regular figurino titular.

Rotatividade até surtiu (algum) efeito

Assim, no desenho leonino inicial, surgiram as novidades Tobias Figueiredo, Jonathan Silva (Jefferson nem integrou o lote de convocados), William Carvalho (primeiro jogo a titular após a lesão), Carlos Mané (que tenta consolidar-se ainda como titular) e o estreante absoluto Matheus Pereira, de apenas 19 anos de idade. Se as previsões, baseadas no facto do Sporting apresentar um onze menos rodado, indicavam que o Leão iria baquear assim que o árbitro fizesse soar o apito inicial, não podiam então estar mais erradas.

Ao invés, o Sporting entrou mandão no jogo, pressionando com intensidade e abeirando-se várias vezes da área do Besiktas com relativa fluidez. Boas trocas de bola, movimentações bem oleadas, impulsionadas sobretudo pela velocidade de Carlos Mané e Matheus Pereira e pelo sábio posicionamento de Bryan Ruiz, que nesta partida surgiu como segundo avançado - e onde se exibiu a um nível bem mais positivo. Este trio viria a possibilitar a Teo Gutiérrez a celebração de um quarteto de golos, todos desperdiçados pelo colombiano.

Teo Gutiérrez desperdiçou tudo o que o Sporting de melhor criou

Logo aos 11 minutos, Ruiz serviu Gutiérrez, mas o avançado perdeu o duelo com o guarda-redes Tolgan. Mas sem Gutiérrez na equação, o Leão chegou ao golo: aos 16 minutos, num período de intensa pressão leonina, Bryan Ruiz disparou com potência à entrada da área, concretizando uma jogada de insistência. Aos 31, Gutiérrez voltou a encarar Tolgan e voltou a perder o duelo; aos 36, Gutiérrez voltou a ser magistralmente servido, e, perante o guardião turco, voltou a tremer, falhando o alvo por completo.

A segunda parte começou mas o ímpeto desafinado do colombiano voltou a ser o mesmo: servido por Carlos Mané, Teo Gutiérrez isolou-se mas não foi capaz de desfeitear Tolgan. O Sporting, sem o fulgor colectivo da segunda parte (que lhe permitira dominar o meio-campo), foi perdendo concentração e o Besiktas, eficaz, igualou o jogo aos 60 minutos, por intermédio de Gokhan Tore, a passe do argentino Sosa. Nos quinze minutos finais, o Leão acusou o desperdício que antecedeu o golo caseiro e baixou o ritmo, colocando-se à mercê dos ataques rápidos da equipa de Ricardo Quaresma.

Inexperiência & potencial

A partida acabaria por permanecer empatada até ao apito final, num jogo em que Bryan Ruiz deixou boas indicações (jogando na frente de ataque e não nas extremidades) e onde o jovem Matheus Pereira, debutante absoluto, revelou potencial para se tornar, gradualmente, numa opção legítima de Jorge Jesus, à semelhança de Gelson Martins. Apesar de tudo isso (junta-se também a positiva exibição do regressado William Carvalho), o Sporting continua sem ganhar na prova e tem, neste momento, um atraso de 5 pontos para o Lokomotiv (venceu por 2-0 o Skenderbeu) e de 3 para o Beskitas de Senol Gunes.

No rescaldo do empate, Jorge Jesus sublinhou a inexperiência da juventude colocada em campo - «Faltou também mais um pouco de experiência. Apresentámos uma equipa com muitos jovens e nestas competições nota-se a diferença. No entanto, fizemos um excelente jogo, na primeira parte estivemos brilhantes, mas na segunda já estávamos à espera que acontecesse o que aconteceu», afirmou na análise do jogo.