E França aqui tão perto

A um ponto da qualificação e a três da vitória no grupo. O jogo desta quinta-feira apresenta contornos pouco habituais para o adepto português, na medida em que, ao contrário do habitual, as contas lusas são extremamente simples de fazer: basta pontuar. Depois da derrota diante da Albânia em Aveiro, a campanha portuguesa rumo ao Campeonato da Europa tomou um rumo diferente. A chegada de Fernando Santos trouxe estabilidade e pragmatismo à equipa das quinas, permitindo uma sequência cem por cento vitoriosa, e que coloca a nossa selecção a um pequeno passo de carimbar o passaporte para França. (foto: report.az)

Obviamente que, na sua última partida de qualificação em solo português, a equipa das quinas procurará a vitória, algo que lhe garantirá, não só o apuramento, como também o triunfo do Grupo I. Todos estarão cientes do perigo que é jogar para o empate, e certamente o público de Braga não irá tolerar uma eventual passividade ofensiva da sua selecção.

Até porque do outro lado está uma Dinamarca que certamente não transformará o encontro num pacto de não-agressão. Se para Portugal as contas são simples e as perspectivas favoráveis, o mesmo já não se pode dizer dos nórdicos. Assim, e para manter intacto o objectivo de qualificação directa, os dinamarqueses, que jogam amanhã o seu último desafio, têm de vencer, ficando depois dependentes daquilo que a Albânia fará nos seus dois últimos jogos. A Dinamarca pode mesmo garantir a qualificação para o Euro 2016 caso vença e a Albânia perca pontos diante da Sérvia. (foto: eurosport.co.uk)

Lusitanos felizes contra os vikings

O histórico de confrontos oficiais entre ambas as selecções abre boas perspectivas a Portugal. Em onze partidas entre lusos e nórdicos, a equipa portuguesa soma sete vitórias e dois empates. O último triunfo deu-se já na presente fase de qualificação para o Euro 2016. Há praticamente um ano, e depois de uma partida muito equilibrada, o golo de Cristiano Ronaldo já no quinto minuto de descontos deu a Portugal uma saborosa vitória.

Nesta contabilidade, a Dinamarca conta com apenas dois triunfos, contudo, um deles foi obtido em solo português. Na campanha de qualificação para o Campeonato do Mundo de 2010, os nórdicos visitaram o Estádio de Alvalade e, depois de se encontrarem a perder por 2-0, conseguiram dar a volta nos últimos dez minutos do jogo, obtendo uma surpreendente vitória. (foto: ASF)

Uma dúvida chamada Coentrão

Parece ser, salvo algum imprevisto, o grande ponto de interrogação na equipa principal. Perante a provável titularidade de Fábio Coentrão, resta saber onde irá alinhar. Caso Fernando Santos decida colocar Coentrão na lateral esquerda, isso abrirá uma vaga no meio-campo que poderá ser ocupada por homens como Tiago, João Mário, ou o próprio André André. Caso o treinador português opte por fazer avançar o jogador do Mónaco para o meio-campo, então o defesa esquerdo será provavelmente o benfiquista Eliseu.

Tão perto e tão longe

Fernando Santos não entra em euforias, muito menos dá como garantida a qualificação para o Campeonato da Europa. Embora admita que a equipa das quinas está em boa posição para garantir o apuramento, o seleccionador nacional antevê um jogo muito difícil diante da Dinamarca. (foto: fpf.pt)

«Estamos perto e estamos longe. Falta-nos um ponto e a Dinamarca é uma grande equipa. Os objetivos só se conseguem quando são concretizados e nós ainda não conseguimos o nosso, embora estejamos em boa posição para isso.».

Apesar de apenas precisar de um ponto, o treinador da equipa das quinas sublinhou que a sua equipa não vai mudar a sua identidade e vai procurar dar uma alegria aos adeptos nacionais.

«Em todos os jogos sempre jogámos para ganhar. Felizmente, os resultados têm sido positivos, mas ainda não estamos lá, temos de conquistar os pontos necessários para lá chegar. A melhor forma de o fazer é continuar com o mesmo espírito, com a mesma vontade, com a mesma determinação e com a mesma concentração. Queremos carimbar o passaporte e para isso temos de jogar com a ideia de querer vencer o jogo. Nunca passaria uma mensagem de tentar 'o pontinho', nem tem que ver com o ADN do jogador português. Queremos dar uma alegria ao povo.».

Correr riscos

Do lado da Dinamarca há a clara noção de que esta é a derradeira oportunidade dos nórdicos somarem pontos e talvez garantirem o apuramento para o Euro 2016. Para o seleccionador Morten Olsen, a sua equipa terá de correr riscos para atingir os objectivos traçados. (foto: fpf.pt)

«Um ponto é suficiente para Portugal, mas nós também sabemos que eles têm mais um jogo na Sérvia e terão outra oportunidade para garantir o apuramento. Nós não. Por isso, claro que temos que tomar alguns riscos, mas vamos ver como o jogo decorre.».

O treinador dinamarquês indentificou o primeiro golo do jogo como factor decisivo no desenrolar da partida desta quinta-feira.

«Para mim, o primeiro golo será decisivo e irá decidir como vai correr o resto do jogo. Quanto mais cedo fizermos um golo, melhor para nós.».

Às 19:45, o britânico Mark Clattenburg dará início à partida em Braga.